26.8.17

pouco de nós

A realidade é um algoz das nossas mentiras
Empurra nesse abismo nossas verdades
Adiamos nosso fim
Demos a mão ao medo
Dormimos com nossa pequenez
Eu, você e nossos sonhos

A única certeza, que sabemos o fim
Chegamos a bater à porta do nosso querer
Mas jamais tivemos coragem de entrar

Começamos nossos últimos passos
Sem pressa, pois a esperança apaixonou-se pela revanche

Não houve ainda, um convencimento do destino
Falta a pouca força, a pouca coragem,
O pouco

O pouco do nosso tempo
O pouco de nós que recebemos

Só o pouco, embrulhado em uma caixa gigante
Com uma fita em que diz, frágil

21.8.17

Do caminho

Quando a esperança morre de inanição
É preciso sequestrar a loucura.

Quando o futuro devora o onde, pelo presente
É preciso ter ancorado o agora no passado.

Quando a justificativa, já não justifica
É preciso forjar a verdade.

Só há um lugar para mim, depois de você,
E se eu demorar a chegar, que ninguém me espere...

pois é preciso deixar de ser eu!

Que eu vá, com a certeza nas mãos,
de que nenhuma tentativa é vã em si mesma.

Lamentarei os desencontros, mas nunca os encontros
que os tornam apenas caminho.