O gosto do silêncio é um quê de doce
O doce é um provar a saudade pela boca
É conseguir mastigar o tempo com prova
Não com o tédio velado, ou a alegria maquiada
O silêncio é o verso da vida
Cantando sua rima
Falando onde te faz casa.
Alguns guardados, rascunhos, pedaços... Achados em um ermo porto, do outro lado, lá onde a carne não abriga espaço. Faz-se alma e escreve pela perturbada mente, que mente. Escreve-se aqui, o presente passado. O passado em presente.
O gosto do silêncio é um quê de doce
O doce é um provar a saudade pela boca
É conseguir mastigar o tempo com prova
Não com o tédio velado, ou a alegria maquiada
O silêncio é o verso da vida
Cantando sua rima
Falando onde te faz casa.
Na minha trama
Você olha a dama,
Perco sua mão
Tomo seu silêncio como gratidão
Bebo certezas tão minhas
Que minha escrita me convida
Ao meu mundo com ela
Tão íntima
Se faça por extenso, poesia
Na cadência de palavras sozinhas
Nessa imensidão de silêncio
Quando quem me tira pra dançar
É a lembrança,
Quem saudades têm, ciúmes
Quem tem raiva
É pai dos dois!
E assim dorme
Na nossa vista,
Palavras de nós dois
Quantas fantasias emocionais
Somos tantos
De qual dos meus
Me sei mais?
Desse que nasce agora
Ou desse eu antigo
Que não vai embora?
Sou eu mentindo pra mim
Ou o mundo que já não me convence mais?
Sob seus tons de cinza,
Esse olhar rente ao seu, que a pinta
De preto e branco
Você veste, esse sorriso de sombra
É luz na minha noite
Desse contraste da sua tinta
A pose é sua,
Metade dessa minha sintonia
De ver no seu posar,
Poesia!
Quando lhe é retirado o direito ao adeus, a saudade escreve na alma um desejo de presença que não aceita despedida.