29.8.17

#inspirações - 009

Alex Clare
Tightrope

Life's a tightrope, and your standing on one toe
Don't let the fear take hold of you
Your bound to fall to the ground below
Pick yourself up again, over the edge again
Hold on to your hopes and dreams
When all seems to be lost
Don't start to count the costs
Just go and begin again

Tight rope walker, tight rope walker

The only thing I'm sure of is to have no fear at all, just go
Keep on rowing on
And the only thing that's certain
Is that sometimes your bound to fall
Just go keep on going on

When all you work for
Comes tumbling to the ground
Don't let the sadness fill your heart
Tomorrow may be a better day
Lift your head up again
You know you'll start again
No matter what may come of it
You know there's more to life
I'm sure that you'll survive
You know what you have to do

Tight rope walker, tight rope walker

The only thing I'm sure of is to have no fear at all
Just go
Keep on rowing on
And the only thing that's certain
Is that sometimes your bound to fall
Just go keep on going on

Who knows, who knows, who knows what may come tomorrow
Who knows, who knows, who knows, what tomorrow may bring
Who knows, who knows, who knows what may come tomorrow
Who knows, who knows, who knows, what tomorrow may bring

The only thing I'm sure of is to have no fear at all, just go
Keep on rowing on
And the only thing that's certain
Is that sometimes your bound to fall
just go keep on going on

26.8.17

pouco de nós

A realidade é um algoz das nossas mentiras
Empurra nesse abismo nossas verdades
Adiamos nosso fim
Demos a mão ao medo
Dormimos com nossa pequenez
Eu, você e nossos sonhos

A única certeza, que sabemos o fim
Chegamos a bater à porta do nosso querer
Mas jamais tivemos coragem de entrar

Começamos nossos últimos passos
Sem pressa, pois a esperança apaixonou-se pela revanche

Não houve ainda, um convencimento do destino
Falta a pouca força, a pouca coragem,
O pouco

O pouco do nosso tempo
O pouco de nós que recebemos

Só o pouco, embrulhado em uma caixa gigante
Com uma fita em que diz, frágil

21.8.17

Do caminho

Quando a esperança morre de inanição
É preciso sequestrar a loucura.

Quando o futuro devora o onde, pelo presente
É preciso ter ancorado o agora no passado.

Quando a justificativa, já não justifica
É preciso forjar a verdade.

Só há um lugar para mim, depois de você,
E se eu demorar a chegar, que ninguém me espere...

pois é preciso deixar de ser eu!

Que eu vá, com a certeza nas mãos,
de que nenhuma tentativa é vã em si mesma.

Lamentarei os desencontros, mas nunca os encontros
que os tornam apenas caminho.

2.7.17

Pressa

Não corra!
Temos mais... mais... dois minutos

- Eu desço na próxima estação.
- Eu fico nos seus olhos, me leva?!

Estávamos todos atrasados
Menos o meu olhar
Meu olhar estava naquele segundo

Em que parou no seu

Ninguém mais viu...
todos corriam, corriam a vida

E eu, resolvi viver
Parando o mundo nos seus olhos

11.6.17

#inspirações-008

Buscando um novo rumo... tomando os dados à mão...


Jogue o Dado -
"Roll the Dice"

Charles Bukowski

Se você vai tentar, vá com tudo
Senão, nem comece.

Se você vai tentar, vá com tudo

Isso pode significar perder namoradas,
esposas, parentes, empregos
e talvez a cabeça.

Vá com tudo.

Isso pode significar ficar sem comer por 3 ou 4 dias
Pode significar passar frio num banco de praça
Pode significar cadeia, menosprezo, insultos, isolamento.

Isolamento é o presente
todos os outros são um teste da sua resistência
de quanto você realmente quer fazer isso.

E você vai fazer

Apesar da rejeição e dos piores infortúnios
E isso será melhor do que qualquer coisa
que você possa imaginar.

Se você vai tentar, vá com tudo.

Não há outro sentimento como esse.
Você ficará sozinho com os deuses
e as noites irão flamejar como fogo.

Faça, Faça, Faça

Vá com tudo, por todos os caminhos
Você cavalgará a vida direto até a gargalhada perfeita
essa é a única boa luta que existe.

10.6.17

Passa

A proximidade me intimida
O tempo, finito, avisa
É chegado o dia

O passar das horas nessa nostalgia
Nesse diário de segredos
Meu último apelo

Nosso último dia

Não me falta mais coragem
Tem me faltado medo

essa certeza que cravaram em mim
Que 'nós', não combina com 'sim'

Me despeço com uma felicidade única
Uma certeza imensa

De que vivemos tudo,
ainda com tanto por conhecer

2.6.17

Medidas

Qual a medida do amor?
Amar, da maneira como se é, ou ser amado como se quer?!
E ainda assim, amo!

28.5.17

Enlatados

Minha mente é um desacato...
Peguei o elevador e desci, meio que com pressa nos atos
Quis riscar o simples
Era de tarde, ele tomou o cigarro meio abrupto
O silêncio em nada era fundamental
Havia ali uma tempestade completa de palavras
Um sentir o verbo e desenha-lo
No meio de um caos, andando entre ombros e solitários
Tantos!
Como somos tantos!
Será quantos somos, além de tantos?
Limitados, enlatados
Enlatamos
Palavras em corpos vazios

25.5.17

#inspirações-007

Cartola - O mundo é um moinho

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés

12.5.17

Das impossibilidades

Sou do tipo de pessoa que não tem sorte com o amor, digo isso pois ao não conhecer o objeto amado, não sabendo toda a força do mesmo, parece que as coisas permeiam um quase não sentir. Sente-se, mas nem tanto. Já eu, descobri! Mas não vou dizer que para minha sorte, pois toda sua força é equivalente à sua impossibilidade.

Hoje eu preciso ir e não sei me fazer entender o como.
Pois o que sinto, toda vez que o impossível parece existir, se dispõe a torcer o tempo, a demonstrar a força e importância. Esse "estou aqui!" que não sei pra quê.

Não, a culpa não é sua, nem minha, somos consequências de descobertas tardias, como ouvi, me atrasei pra sua partida.

Preciso aceitar, que a saudade será o seu maior presente, que a minha despedida não terá sido escolha, mas sim necessidade de limite. Hoje preparo a sua ida com o meu melhor sentir, meu melhor carinho, vamos brindar nosso fim em nossas taças de beijos que ainda daremos.

O problema, amor, é que o amor nunca cabe em mim e justo em mim, que resolvi ser sincero com a forma de sentir, justo eu que não me importo em me desvestir para ver se posso trocar o número, ainda mais depois que você me coube tão bem.

Hoje a dor é mais forte que o ter, se é que tive.

E assim, entre aprender e mudar, entre a coragem, o tempo e o arriscar, me desconheço para tantos sins e me nego a tanta precisão.

Foi e terá sido sempre você, ainda que um dia eu me negue em dizer que sim, afinal se fosse...

Como já disse tantas vezes, eu posso conhecer o amor, mas não me foi chegada a vez de vivê-lo, posso conhecê-lo, mas sempre na sua impossibilidade.

Que eu saiba beijar na boca todas as despedidas que a vida me trás.

11.5.17

#inspirações-005

Nunca Pare de Sonhar
Gonzaguinha

Ontem um menino que brincava me falou
Hoje é semente do amanhã
Para não ter medo que este tempo vai passar
Não se desespere e nem pare de sonhar

Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá

Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será

17.4.17

Das muitas formas

Lá vem você, tentando se dizer amor
Com esse velho sorriso e essa armadilha de abraços
Pra fingir segurança nos seus laços
Me prender na impossibilidade de todo seu torpor

Ainda resido num condomínio vazio
Morador de mim
Enquanto sua bagunça me colore com seu sim
Pra me ver aflito

Eu que imploro a casa vazia
O recebo com esse desconforto
Das suas falácias e adornos
Por ver minha menina brincar sozinha

A alegria corre de um quarto a outro
A felicidade já brinca no chão da sala
O desejo prepara o que comer
A loucura afia os dentes de sua própria tara

Enquanto o mundo parece silêncio e pausa
Ao te olhar nos olhos a se pôr
Seria você o velho ou o novo e mesmo
Amor

Ainda deixei escrito no chão da entrada
Seja bem vindo!

30.3.17

Loucura

Tenho medo de altura
O pra sempre, sempre me assusta
O nunca mais, sempre me empurra

Caio abismos de loucura

12.3.17

Dessa despedida

Sou uma bomba caseira
Explodindo em mãos alheias
Meus sentimentos confusos
Minhas confissões agudas

Já não desenho mais sorrisos no seu rosto
a felicidade já não se deita com nossos gostos
Como aceitar o amargo proposto
Por esse meu eu que fracassou?

Sou náufrago na ilha de seus sonhos
Cheguei a nado
Afoguei o tempo e o amor com o cansaço
Não concedo saudade ao seu espaço

Sou carrasco da sua falta
Um percalço da insistência
Por culpa ou descaso
Descartável por excelência

Meu último gesto de bondade
Livrar seu dia da minha companhia
É justo!
Mas que justiça mereço eu, ainda?

Senão a tristeza de um tempo frio
De quem não sabe corrigir o próprio riso
De quem se limitou aos sentidos
De quem se matou por princípio

18.2.17

Da nossa manhã

Gosto de colher a felicidade como quem rega plantas para ver folhas
Gosto quando acorda, ainda com sono
E eu posso molhar toda sua manhã
Ver brotar você, como se não existisse o resto do dia

16.2.17

Se existir perdão

Meu melhor escudo é esse sorriso
Essa felicidade que já não sinto
Zombo do descaso do meu destino
Já não me irrito, aceito e pronto

Já sei que ficamos pra trás
Eu ou você e o nosso tanto faz
Nossa insistência é um animal selvagem
Fingimos sua inocência, ou do que é capaz

Brincamos com explosivos,
como se pudessemos controlar os riscos
Pouco importa nosso futuro
O deixamos sem ter o que comer, com nossos vícios

Não há segurança pra todos os nossos perigos
Não há abrigo para o frágil que criamos
Perdemos o tempo dançando com nossos medos
Escolhemos a parte falida do que vivemos

Tentarão me convencer que a dois é difícil ser
Só é assim aos que forçam encaixes sem perceber
Depois da facilidade sorrir na minha cara o óbvio
Será a vez da certeza de dizer que foi tão próximo

Que o amor perdoe nossa covardia
Por uma saudade que devora cada um dos nossos dias

15.2.17

Não se justifica

De que serve a razão se quando ela se justifica
A ação é quem sofre de abandono
Me serve mesmo a palavra, esse meu registro
Alí, com data, naquele dia eu fui poesia

Essa coisa manca de conceitos
Atarefada de enfeitar o agora com seus adereços

Quero mais noites como a de ontem
Dias, como a manhã de hoje
Em que nasci na sua boca
Sem precisar dar qualquer nome

Vai ver a verei de novo, talvez algum dia
Esse precisar de certeza é a tolice do homem
Quero seu descaso em mim
Seu descompromisso

Como a nossa noite sem fim ou início

#inspirações-004 - O apanhador de desperdícios

O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

Manoel de Barros

6.2.17

Miséria

A poesia é meu purgatório
Me anuncia os segredos do amor
Esse silêncio, que mata quem hoje dormiu sob a chuva
E que me faz lembrar todo dia, os seus choros de agonia

A poesia pintada de vermelho
Vermelho vivo do coração que sangra
Não vê na sua esquina, como a fome se alimenta de mais um?

Mas se choro eu a sua falta, quem há de dizer que não há dor?
Deve ser assim, a falta dele, me servem um jantar de miséria, do que não se tem...
Nele, me fastio, me sei eu!

Ah o seu amor, esse que ao dizer de mim, alimentava minha alma.
De quantas misérias de mim, me alimento, que ainda existe alguém que deixo por morrer de fome.

25.1.17

Pesadelos

Hoje resolvi colocar a saudade de castigo
A falta eu deixei à porta
Fechei antes que ela resolvesse entrar
Coloquei o som mais alto pra não ouvir ninguém bater

A minha vontade eu deixei sem água
Privei minha esperança, de dormir
Para que não sonhe
Pra cama só me restou trazer a razão

Hoje vamos deitar os dois
Ela de sono leve e eu com pesadelos
Raspei da pele as emoções
Me fiz um tronco de madeira frio

Para ver se respiro mais um dia
Nessa minha certeza transparente
De que nunca seremos nós
Por mais que a gente tente

18.1.17

Tombo

Nessa noite
O barulho foi forte
Numa poça
A lua caiu

Bruxa

Eu que sei ouvir as letras
Que te digo com os olhos, esses que não dizem
Mas digo por eles quando espelho
Escrevo!

Gosto da bruxaria do seu cheiro
Da sua cor e da sua tinta
Da sua estampa
Da sua cara nua, desvestida!

Eu que me fascino pela palavra escrita
Tomo um porre de leigos e filosofias
Minha caneca vazia de uma vida plena,

seria conto ou mentira?
Encanto ou encontro?

Provérbio de algum tempo citado pelo acaso
trazido pontualmente pro presente?

Meu desejo e meu anseio
Se abraçam, se beijam
E eu?
Eu vejo!

17.1.17

Céu

Me deixa ser seu sol
Abre seu céu pra me receber assim
Feito gaivota que percorre sua imensidão
Feito beijo de lua na sua escuridão
Me abre seu céu, pra eu voar em você
Pra ser seu
Me pôr no seu azul inteiro
Um nó em alusão ao ser
Seu e só.

4.1.17

Circo

É seu o meu amor,
mas ainda é seu o que não conheço em mim
Que só você descreve sem pudor
Como se soubesse antes de sentir

Sua, toda essa minha alma
Vasta, insegura, pequena e aflita
De se um dia saberei cuidar da sua, alma minha

Eu que desconheço os atalhos da escrita
Dou na vista,
Esse sentir, da certeza em ti
Do amor da minha vida

Me embaraço nos sentidos
Sou equilibrista num circo de saudades
Trapezista de sonhos vivos
Nesse picadeiro de verdades