18.2.14

Não

Seu não, tem direção
É aquela placa de atenção,
é a curva no meu caminho

É o abismo no deserto,
É meu destino,
Incerto

Ser for não

12.2.14

Em um só, tantos de mim

Há algo em mim que desperta
Há algo em mim que silência
Há algo em mim que fere
Há algo em mim ferido

Há, há sim!

Há algo em mim que sorri
Há algo em mim que chora
Há algo em mim tão ambíguo
Que sua existência revela seu inverso

Há em mim algo
Há em mim vazio

Há em mim,
Que ao existir
Não há

por haver tantos,

Em um só,
Tantos de mim

7.2.14

Recomeços

Esbarro nos meus recomeços
Infinitos de mim mesmo
Tardo, confuso, falho

E lá vou eu
Desgarrando de tantos meus
Juntar novos achados
Atar novos laços

Para não ter de recomeçar
Por mais um breve espaço

Atração

Imaginando-nos como uma força que move o nosso redor,
modificando-o pelo que se é,
Quando se sai, o meio todo se revela
As aproximações, não reagem por efeito impositivo,
São as mesmas exercendo a mesma foça,
Apenas agora, não sofrem a ação da sua energia
Logo, tudo tende ao que era, como um reagrupamento natural,
mostrando somente o que realmente somos
E aquilo que lhe atrai, lhe revela

Vivos


…Acima de qualquer coisa, supere-se! Supere não somente a isso, mas a escravidão do pensamento que se acostuma com o abater-se, com os nossos pedaços. Una-os, erga-se…

Não é a morte o limite da vida e sim da nossa ignorância. Não é a dor o limite do sentir, e sim o não sentir o limite de sentir dor.

E até que qualquer pior que se imagine chegue, tenha nos dias os apelos da ignorância: viva-os como se tudo fosse saudável, como se não se fosse nunca, como se não sofrera de nada.

E não imagine isso como uma mentira, pois podemos ferir o corpo, agredir o físico, mas jamais fragmentar a alma. E essa alma ainda está ai, tão viva quanto a qualquer um de nós.
Não se prenda ao tempo, ao que dirá qualquer quadro. Faça uso do que puder para amparo, mas não tome tudo como verdade. E viva, viva, viva.

Ao destino, ao que vier a acontecer, dê sua ignorância de todo o coração.