19.6.12

Vendido ao tempo

Sabes forçar à porta?
Como quem insistes por entrar?
Uma coisa de certeza?

Sabes?
Não sou eu quem te pergunto,
Mas à minha mão, que pergunta a porta
Certa do que diz de fato!

E então me pergunto,
Se a fala é de fato o que traduz a verdade
Essa coisa imediata, do presente
Se perguntas-me, tu porta, à mão

De certeza e a certeza, a si mesma?
Autônoma, solitária, perfeita
Petrificada em verdade.

Ora,

Me dizes agora, porta?
Após resposta da minha mão,
Qual de nós não mente, se à certeza é dado o véu
Essa coisa advir
E  não é dele o doce de deixar de ser?...

Abra-a, mão!
Forte ímpeto do agora,
Que já não sou mais passado,
Me revelo futuro fotografado

De qual segredo somos feitos
Que abrimos e nos fixamos
Na porta aberta da imprecisão do tempo?

Batida

Me dê o doce da solidão,
Enquanto eu tempero o agora com vazios
Misturando lembrança de nós dois
Com açúcar e limão
Uma batida amarga, como se bebe a dois
Enquanto só penso em silêncio
Sozinho em casa
Mesmo com gente na sala
O mais sujo exílio
Nessa solitária de mim mesmo

14.6.12

Bate-papo

Converso comigo, como amigo intimo, a princípio
O faço, por uma convivência, entre o pensamento e o pensante
Ardo trabalho
... a convivência!

Espera!
Desça da escada da vaidade, se te leio
Também, eu?!

Sou pensamento de mim mesmo!

E pasme, tu que finges não me ler

Sou eu falando comigo
Não ocorre o mesmo com você?

... por último
me repito, poesia e poeta,
para fazer do diálogo
um pouco mais doce,
do recanto que criei, para receber a mente
E um pouco de nós dois