30.6.10

Sem nós

Vou te bebendo com os olhos
Vou tateando sua narrativa
Por motivos que a vida revelou

Vou dando sentido a achados tortos
Encontrando você em sua tinta
Devorando as lembranças que deixou

E a vontade me adentra até os ossos
Me percorre vadia
Nesse desatino de quem já amou

A pálidez da minha calma que enfeia meu ócio
Vem desse interim, se é, será ou seria
Do colo abrigo, do amor amigo, que não passou

E antes que me torne fóssil
Incrustado no seu passado, sem vida
Ouça do meu amor o clamor

Pois sem você sou foto
Com você sou coração, beijo, saliva
Sem nós, não sou

Sou ser, sem ser

10.6.10

Uma poesia escrita em silêncio, só o título

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FIM
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Sua visita é sopro no meu silêncio!
Você me bagunça e o que estava certo em não ser
toma forma!
E nasce ao inverso
O verso
Do que não era para ser
Sendo silêncio