28.5.15

Clava da vida

De qual mentiroso são todos os dias pares
A quem pertence esse dizer
Que a felicidade é provada nos ares?
Com esse cinza que decoro meu ser

Se sempre sorriso, qual então sua graça?
Se sempre tristeza , que alegria mereceria?
Que amar, não fere a dor de não ser farça?
Que farça amordaça a felicidade que seria?

Da tirania da vida, ninguém escapa
Ora, se sabes-se vivo, que há de mistério?
É de sua clava,
todo querer, sofrer seu demérito

Que tolice a de ofertar-se ao tempo
Um dia, o mais antigo
Terá dito, que fizera dele seu amigo
Para fingir ao fim, empenho

Então, guarde seu palavrório
Esse júbilo falacioso
Hoje eu sou crematório (de mim, é verdade)
Uma cortezia cinza de um morrer audacioso

Um comentário:

  1. Me entristece esses pensamentos mórbidos.. não me agradam. Seus poemas São mais provocantes...

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