A pedra que bate em minha janela
É esse silêncio rochoso
É essa certeza indelicada
Com seu efeito doloso
É passível de verdade
Todo meu desinteresse interessado
Toda minha vaidade
Da sua ausência, duas letras e um nada
Das certezas, uma palavra nova mal colocada
De todas as mentiras dissertadas
Coincidências descartadas
É passível de mentira
toda rima que culmina
Nessa blasfêmia toda minha
Para os verbos insaciáveis
Minha loucura justifica
Toda uma razão que rumina
Doses de desejos irrefutáveis
Alguns guardados, rascunhos, pedaços... Achados em um ermo porto, do outro lado, lá onde a carne não abriga espaço. Faz-se alma e escreve pela perturbada mente, que mente. Escreve-se aqui, o presente passado. O passado em presente.
19.6.15
16.6.15
Indiferença
O meu sorriso, que não sorri pelo seu,
Não faz diferença!
O seu sorrir, que o meu saber desconhece,
Não faz diferença!
Que diferença faz, o meu agora?
Agora?
Agora não faz diferença!
Desacostumei de sua presença
Qual a diferença?
Desacostumei ainda, de sua ausência
E se não for verdade,
qual a diferença?
Não importa mais
Sobrara nossa indiferença
Não faz diferença!
O seu sorrir, que o meu saber desconhece,
Não faz diferença!
Que diferença faz, o meu agora?
Agora?
Agora não faz diferença!
Desacostumei de sua presença
Qual a diferença?
Desacostumei ainda, de sua ausência
E se não for verdade,
qual a diferença?
Não importa mais
Sobrara nossa indiferença
15.6.15
Sentido distorcido
Há uma distorção, no meu não.
Amor é um verbo que não se conjuga no passado.
Meu pretérito é um talentoso nato
Quase vive, nos meus agoras
A hora não encena, seus minutos
O fato, fotografado
Revela um arrastar de rodas,
Uma dissonância, com o barulho do seu silêncio
Que eu engulo à seco.
Um bêbado de memórias
Absolvidor de certezas condenadas
Às eternidades de seus percalços
1.6.15
Seguros, seguimos.
De alguma forma parece que vai passar, parece que vamos amadurecer na manhã do dia seguinte e dar vazão a tudo que sonhamos. Parece que resolveremos nos colocar à luz da maturidade e oportunidade, anunciaremos que o dia chegou e que agora é a hora de assumirmos tudo. Descrito assim, parece que ao ler o coração pega carona na ladeira do entusiasmo e como para descer todo santo ajuda, seguimos sem ter que por a mão na direção, é só deixarmos ir e iremos.
Errado!
Não sairemos daqui, de onde pegamos o trem andando, antes de escolhermos a estação adequada para descermos. Parece que a viagem virou um exílio, não têm passageiros no vagão que entrei. Exilados do amor, nós encontramos uma galeria de prediletos das dores, sem a força e a fé do impulso de tomar a vida pra si.
Seríamos tão mais felizes, dois passos à frente, na chuva mesmo.
- Você já foi feliz na chuva? Eu já!
Quero dizer de quando a felicidade é tamanha, que o frio vira motivo de riso ou desculpa para um abraço mais apertado, não esfria, o molhar da roupa não incomoda, mesmo que ainda lhe falte uma condução até em casa, ou uma caminhada demorada.
Mas se vamos sair daqui? Não, acho que não! Perdemos para a repetição dos dias, perdemos para nós, perdemos para o nosso começo, não era pra ser assim, mas agora que já foi, pode-se somente acomodar-se no que é, pois ser mesmo, não pode.
A gente só está na composição, torcendo pro maquinista não sair em qualquer estação, ou que o destino final, por sorte seja o mesmo de quando embarcamos. Ninguém pensa em descer, por que lá fora faz frio e as estações andam vazias demais, talvez tenhamos que aceitar, que mais cedo ou mais tarde, toque uma espécie de sinal e que saltemos com um adeus perdido em mãos, ou quem sabe, seguiremos aqui, do lado de dentro, nesse trem vazio, acento duro, mas seguros. Seguros! Só ainda não sei bem de que.
Errado!
Não sairemos daqui, de onde pegamos o trem andando, antes de escolhermos a estação adequada para descermos. Parece que a viagem virou um exílio, não têm passageiros no vagão que entrei. Exilados do amor, nós encontramos uma galeria de prediletos das dores, sem a força e a fé do impulso de tomar a vida pra si.
Seríamos tão mais felizes, dois passos à frente, na chuva mesmo.
- Você já foi feliz na chuva? Eu já!
Quero dizer de quando a felicidade é tamanha, que o frio vira motivo de riso ou desculpa para um abraço mais apertado, não esfria, o molhar da roupa não incomoda, mesmo que ainda lhe falte uma condução até em casa, ou uma caminhada demorada.
Mas se vamos sair daqui? Não, acho que não! Perdemos para a repetição dos dias, perdemos para nós, perdemos para o nosso começo, não era pra ser assim, mas agora que já foi, pode-se somente acomodar-se no que é, pois ser mesmo, não pode.
A gente só está na composição, torcendo pro maquinista não sair em qualquer estação, ou que o destino final, por sorte seja o mesmo de quando embarcamos. Ninguém pensa em descer, por que lá fora faz frio e as estações andam vazias demais, talvez tenhamos que aceitar, que mais cedo ou mais tarde, toque uma espécie de sinal e que saltemos com um adeus perdido em mãos, ou quem sabe, seguiremos aqui, do lado de dentro, nesse trem vazio, acento duro, mas seguros. Seguros! Só ainda não sei bem de que.
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