12.3.17

Dessa despedida

Sou uma bomba caseira
Explodindo em mãos alheias
Meus sentimentos confusos
Minhas confissões agudas

Já não desenho mais sorrisos no seu rosto
a felicidade já não se deita com nossos gostos
Como aceitar o amargo proposto
Por esse meu eu que fracassou?

Sou náufrago na ilha de seus sonhos
Cheguei a nado
Afoguei o tempo e o amor com o cansaço
Não concedo saudade ao seu espaço

Sou carrasco da sua falta
Um percalço da insistência
Por culpa ou descaso
Descartável por excelência

Meu último gesto de bondade
Livrar seu dia da minha companhia
É justo!
Mas que justiça mereço eu, ainda?

Senão a tristeza de um tempo frio
De quem não sabe corrigir o próprio riso
De quem se limitou aos sentidos
De quem se matou por princípio

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