E eu que há muito não escrevo
pareço ter perdido o dialeto dos sentidos
Eu que te prometi poemas
Hoje lhe dou em cada manhã, morna, silêncio
Esse, rebuscado de verbo,
Uma ação fria e recorrente, traidora em cada verso
Não há, senão por existir,
E é silêncio o que escrevo
No vazio de minhas mentiras, ainda prometi
Respostas às suas cartas, essas tão cheias de...
Não há nome, para o que não se conhece mais
Mas elas nunca vieram
Enganei a mim mesmo, com minhas promessas
E justo eu que me conhecia tão bem
Alguns guardados, rascunhos, pedaços... Achados em um ermo porto, do outro lado, lá onde a carne não abriga espaço. Faz-se alma e escreve pela perturbada mente, que mente. Escreve-se aqui, o presente passado. O passado em presente.
30.10.09
O beijo
Essa alma pobre hoje que te escreve
Não é a minha voz quem fala
Nem meu corpo que sente
Há quase um coração, a parar
Se a ti necessita um amor,
O amor que me abriga, parece morto
Não sei se o faz como um animal a espreita
E por fim irá desferir-me seu golpe
Deixar-me entorpe com seu veneno doce
Ou se já sou um desejoso de goles maiores
Algo como um beberrão, que poucas garrafas
Saciam tão pouco que só torna a boca esvair-se em água
Esse com um quê a mais
E não tê-lo,
Ah!
É como trair-me em demasia
Cansar o já cansado bater
e me vem ora ou outra, um beijo
De tão verdadeiro, entusiasma
Não é a minha voz quem fala
Nem meu corpo que sente
Há quase um coração, a parar
Se a ti necessita um amor,
O amor que me abriga, parece morto
Não sei se o faz como um animal a espreita
E por fim irá desferir-me seu golpe
Deixar-me entorpe com seu veneno doce
Ou se já sou um desejoso de goles maiores
Algo como um beberrão, que poucas garrafas
Saciam tão pouco que só torna a boca esvair-se em água
Esse com um quê a mais
E não tê-lo,
Ah!
É como trair-me em demasia
Cansar o já cansado bater
e me vem ora ou outra, um beijo
De tão verdadeiro, entusiasma
29.10.09
Vazio
Sou calado pela imagem fria, tua
Nem palavras, nem som, o meio se faz vazio
Estrondos ecoam a distância mais curta
E o que ouço, senão mais que meu berro esguio
Entregue à cortesia, meu ego esquecido
Ser ou não teu, não é mais minha escolha
Meu corpo, tua morada, deixado sem pedido
É a ira de ser teu, e o medo de sê-lo
Sem freio, nem sai nem fica
Percorre em minha consciência gélida
Estático, punhos e olhos, de quem finda
Palavras inertes, presas, já nascidas
Mortos, texto e razão
Sem argumentos à sua saída
Sem tê-la, advir então explicação?
Silência, minha morada, ainda que não, simplesmente vazia
Nem palavras, nem som, o meio se faz vazio
Estrondos ecoam a distância mais curta
E o que ouço, senão mais que meu berro esguio
Entregue à cortesia, meu ego esquecido
Ser ou não teu, não é mais minha escolha
Meu corpo, tua morada, deixado sem pedido
É a ira de ser teu, e o medo de sê-lo
Sem freio, nem sai nem fica
Percorre em minha consciência gélida
Estático, punhos e olhos, de quem finda
Palavras inertes, presas, já nascidas
Mortos, texto e razão
Sem argumentos à sua saída
Sem tê-la, advir então explicação?
Silência, minha morada, ainda que não, simplesmente vazia
22.10.09
Saudade
Saudade é esse grito da alma
É a vontade rendida pelo não
Saudade não é apenas a lembrança viva
É a vida da incerteza, do quando
E a imprecisão do tempo para o que será
Saudade é esse silêncio que fica na sua ausência
E o berro do teu olhar na minha memória
É o caminho irrecusável do amor
A trilha em meio a mata de teu ser
Para ser
Senão, nós!
É de tudo a verdade
Pois se finda em saudade
Só o que foi bom
É a vontade rendida pelo não
Saudade não é apenas a lembrança viva
É a vida da incerteza, do quando
E a imprecisão do tempo para o que será
Saudade é esse silêncio que fica na sua ausência
E o berro do teu olhar na minha memória
É o caminho irrecusável do amor
A trilha em meio a mata de teu ser
Para ser
Senão, nós!
É de tudo a verdade
Pois se finda em saudade
Só o que foi bom
5.10.09
Beleza consumida
Se no peito de todo homem
surgisse o amor a ela
e ela, sendo bela, vertesse o cosmo
Do divino, fosse espelho
Se amaria, penso eu.
Mas hoje faz o homem,
se não pelo poder?
Corrompido por sua criação
consome, sua desordenada ordem vazia
O caos, livre a seu bel prazer
veste a casa do mundo
E toda revolta é uma fatia da ordem
Se todo charme que seduz aos olhos
contém, por fim, harmonia
Que a revolta, seja da beleza
O seu olhar exótico!
Oras, então não manchemos o nosso rosto
de lágrimas e maquiagem,
como se consumissemos o lápis, o pó,
a verdade, em águas sujas, pelos rios da face
surgisse o amor a ela
e ela, sendo bela, vertesse o cosmo
Do divino, fosse espelho
Se amaria, penso eu.
Mas hoje faz o homem,
se não pelo poder?
Corrompido por sua criação
consome, sua desordenada ordem vazia
O caos, livre a seu bel prazer
veste a casa do mundo
E toda revolta é uma fatia da ordem
Se todo charme que seduz aos olhos
contém, por fim, harmonia
Que a revolta, seja da beleza
O seu olhar exótico!
Oras, então não manchemos o nosso rosto
de lágrimas e maquiagem,
como se consumissemos o lápis, o pó,
a verdade, em águas sujas, pelos rios da face
4.10.09
Italiana!
Te procuro sempre
e sempre, no começo do meu dia
Se não te vejo,
te procurei antes
E só o faço por vê-la,
Aqui, no silêncio da minha mente
e sempre, no começo do meu dia
Se não te vejo,
te procurei antes
E só o faço por vê-la,
Aqui, no silêncio da minha mente
1.10.09
Leminskiando I - Pensar
Nunca pensei que fosse ser assim!
Mas na vida não se pensa,
- Pensa!
Não quero mais,
Mas que pensar seja só
Pois quem quer, tarde parte
Na vida jamais pensei
Ser a mais
Se mais, que seja
pois cansei de pensar!
Não era pra ser assim,
será?!
Já pensei
Mas na vida não se pensa,
- Pensa!
Não quero mais,
Mas que pensar seja só
Pois quem quer, tarde parte
Na vida jamais pensei
Ser a mais
Se mais, que seja
pois cansei de pensar!
Não era pra ser assim,
será?!
Já pensei
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