Sou calado pela imagem fria, tua
Nem palavras, nem som, o meio se faz vazio
Estrondos ecoam a distância mais curta
E o que ouço, senão mais que meu berro esguio
Entregue à cortesia, meu ego esquecido
Ser ou não teu, não é mais minha escolha
Meu corpo, tua morada, deixado sem pedido
É a ira de ser teu, e o medo de sê-lo
Sem freio, nem sai nem fica
Percorre em minha consciência gélida
Estático, punhos e olhos, de quem finda
Palavras inertes, presas, já nascidas
Mortos, texto e razão
Sem argumentos à sua saída
Sem tê-la, advir então explicação?
Silência, minha morada, ainda que não, simplesmente vazia
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