28.5.10

Inesperado


Às vezes me sinto menino
Me sento no precipício da vida
Me mimo,
Choro no cume da mentira
É lágrima que escorre na brecha!
Entre o coração e a alma
encontra-se a folga dos olhos.
Escorrega.
Pinta e enfeita a dor.
Acaricia a pele fina
É água,
chuva,
é carinho de pai, mãe.
É de Deus a mão
torneia meus lábios
Tem gosto de solidão
Ela cai sozinha por sobre meu queixo
Segue a ribanceira da minha face,
enquanto me cerco de montanhas
É ela quem se atira primeiro
Do penhasco de minha moradia
Enquanto permaneço sentado
À beira de tudo que crio
Meu mundo de argila
barro, pedra e areia
É quase tudo fantasia
E eu aqui molhando os olhos
Esperando pelo inesperado.

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