Eu não tenho pra onde correr e o mundo é tão pequeno.
Não por que o conheça por inteiro, mas por poder conhecê-lo.
Olha lá a eternidade, se desdobrando toda no tempo,
no universo à frente de seus olhos!
E entre ela e nós, nenhuma intimidade.
Me inclino sempre mais a sentir-me em casa,
nas coisas grandes que desconheço.
Acredito sempre, que é de onde nascemos almas sem sermos homens.
Alguns guardados, rascunhos, pedaços... Achados em um ermo porto, do outro lado, lá onde a carne não abriga espaço. Faz-se alma e escreve pela perturbada mente, que mente. Escreve-se aqui, o presente passado. O passado em presente.
24.9.10
23.9.10
Nossa sala
Você muda como o céu
Eu quente como o sol
Sem você não surjo
Sem mim seu silêncio,
é só silêncio!
Não me escute
Veja só a minha luz
Não me apague
Deixe-me pôr à sombra
das suas curvas
Me deitar por trás de sua pele
Entardecer nos seus olhos
A meia luz de mim
Até não poder me ver
Assim me fazer noite
A sós, na sala de nós dois.
Eu quente como o sol
Sem você não surjo
Sem mim seu silêncio,
é só silêncio!
Não me escute
Veja só a minha luz
Não me apague
Deixe-me pôr à sombra
das suas curvas
Me deitar por trás de sua pele
Entardecer nos seus olhos
A meia luz de mim
Até não poder me ver
Assim me fazer noite
A sós, na sala de nós dois.
20.9.10
Cisco
foi um cisco
caiu aqui, bem na minha vista
imprescindível graça
lendo sua farsa
seu jogo de letras
e só você me arremata sem explicação
para ser inspiração
pois amo, nada e coisa alguma quero de você
senão você com nada pra fazer
mas quase sempre prefiro nem dizer!
caiu aqui, bem na minha vista
imprescindível graça
lendo sua farsa
seu jogo de letras
e só você me arremata sem explicação
para ser inspiração
pois amo, nada e coisa alguma quero de você
senão você com nada pra fazer
mas quase sempre prefiro nem dizer!
16.9.10
Michelangelo
E ele no auge de sua inspiração,
compunha suas palavras fortes,
em pedra
Tomava para si a sua folha branca,
o mais claro mármore, o mais pesado "papel"
E na sua fala, destemida ante sua obra,
retiraria os excessos, deixaria em relevo
as linhas, silhuetas de sua poesia
Dançar-se-ia, em breve, sapatiando nos talhos ao chão
Deslumbrando a vida que surgia,
O corpo que, outrora sabia, havia preso em cada rocha
Em sua cirurgia, minunciosa, desenhava leve
Feito Deus, quando faz uma montanha
Usando a mão como vento e os olhos como chuva
Esculpiu a eternidade em homem
E o preconceito esfria, na pele de seu desejo
Revestido, mas não vivo, do calor que lhe falta
No amparo solidário de sua solidão
Na sua intitulada perfeição,
Seu devaneio lhe visita,
- "Perché non parli?",
Ao rasgar a sua folha, pelo poema que não sente
Não há verso que componha, sua criação.
compunha suas palavras fortes,
em pedra
Tomava para si a sua folha branca,
o mais claro mármore, o mais pesado "papel"
E na sua fala, destemida ante sua obra,
retiraria os excessos, deixaria em relevo
as linhas, silhuetas de sua poesia
Dançar-se-ia, em breve, sapatiando nos talhos ao chão
Deslumbrando a vida que surgia,
O corpo que, outrora sabia, havia preso em cada rocha
Em sua cirurgia, minunciosa, desenhava leve
Feito Deus, quando faz uma montanha
Usando a mão como vento e os olhos como chuva
Esculpiu a eternidade em homem
E o preconceito esfria, na pele de seu desejo
Revestido, mas não vivo, do calor que lhe falta
No amparo solidário de sua solidão
Na sua intitulada perfeição,
Seu devaneio lhe visita,
- "Perché non parli?",
Ao rasgar a sua folha, pelo poema que não sente
Não há verso que componha, sua criação.
10.9.10
Lábios cortados
Você me arranca, me inflama
Foge, queima, se afugenta
E pra que, se não sou?
Se não vou?
Você é tanto e tão mais
Não sabe o que o seu vento faz?
O que o seu verbo traz?
Como seu homem nasce?
Existe onde, que não aqui?
Esse amor inflamado, viscerado
Bordado sem cor, sem arranjo
Te cato nos meus dobrados
Você me encontra nos seus guardados
Eu sou mais rascunho dos seus pulsos
Que escritor
Me atira do seu predicado
Prejudicado, pela ameça que pratica
Pago do mesmo mal que a sua solitária
Sinto cada mordida
Tivera eu a sorte de não saber, o gosto do beijo que roubo
Não que o tenha perdido, mas tê-lo oprimido
Censurado mesmo!
Só a quem dói o inverno,
prova os lábios cortados nas manhãs frias.
Foge, queima, se afugenta
E pra que, se não sou?
Se não vou?
Você é tanto e tão mais
Não sabe o que o seu vento faz?
O que o seu verbo traz?
Como seu homem nasce?
Existe onde, que não aqui?
Esse amor inflamado, viscerado
Bordado sem cor, sem arranjo
Te cato nos meus dobrados
Você me encontra nos seus guardados
Eu sou mais rascunho dos seus pulsos
Que escritor
Me atira do seu predicado
Prejudicado, pela ameça que pratica
Pago do mesmo mal que a sua solitária
Sinto cada mordida
Tivera eu a sorte de não saber, o gosto do beijo que roubo
Não que o tenha perdido, mas tê-lo oprimido
Censurado mesmo!
Só a quem dói o inverno,
prova os lábios cortados nas manhãs frias.
9.9.10
O que eu não entendo
Hoje eu não tenho medo, não por que não o tenha
Mas porque o desafio!
Hoje eu arrisco,
na reposta errada mesmo!,
não por sê-la,
mas por só termos dois caminhos,
um deles, um outro que não sei
É por que o tempo pinta o rosto e joga frouxo,
passando-se de vida
enquanto é só tempo para o coração que germina.
E não é de flores que qualquer paraíso é feito?,
enfeito então à minha maneira fina
de ser cinza
A de virar poema,
ser bebido,
virar bebida
Ainda que não haja tinta,
me sobra essa malha fina
E não é arte o que fica?
Deixo nome, estilo, graça
Você sempre me convence que não é de graça
Já se fez, ainda se faz
então vem a mim essa tortura da alma presa gritando vida
Num quarto pequeno de paredes e algumas taças
Em cada copo o vinho tinto da vida
Você brinda forte, me derrama, me inspira
Escorre com pressa no pensamento,
como vela que infla seduzida pelo vento
Para chorar meu baldio terreno vendido a qualquer preço
E cadê o seu olhar atento?
Já fui entregue,
Sem apreço
Justo quando estive em aconchego
Nos seus braços, sendo!
Sentado no seu colo, debruçado nos seus olhos
Varrido pela cor ferrugem da folha que na calçada se atira
Sempre no outono,
já hoje em dia,
se vê até no inverno.
Quando o tempo, se veste de estação,
para que não esqueçamos a importância de um só dia
A pergunta que sempre me intriga
Ainda que nem sempre a resposta eu persiga
Valeu à pena, respirar cada segundo da memória,
que se forma no segundo que o presente se degola?
Quando a casa está vazia e o pensamento tem fala
Se ouve o sussurro do silêncio, assim feito companhia
Pra mergulhar no mar refletindo sol,
de um jeito que só eu via
Não há maior beleza que a da harmonia
Os pássaros sabem mais de melodia por amarem
Simplesmente amarem à vida.
E você tentando me impressionar com monossílabas
Mas porque o desafio!
Hoje eu arrisco,
na reposta errada mesmo!,
não por sê-la,
mas por só termos dois caminhos,
um deles, um outro que não sei
É por que o tempo pinta o rosto e joga frouxo,
passando-se de vida
enquanto é só tempo para o coração que germina.
E não é de flores que qualquer paraíso é feito?,
enfeito então à minha maneira fina
de ser cinza
A de virar poema,
ser bebido,
virar bebida
Ainda que não haja tinta,
me sobra essa malha fina
E não é arte o que fica?
Deixo nome, estilo, graça
Você sempre me convence que não é de graça
Já se fez, ainda se faz
então vem a mim essa tortura da alma presa gritando vida
Num quarto pequeno de paredes e algumas taças
Em cada copo o vinho tinto da vida
Você brinda forte, me derrama, me inspira
Escorre com pressa no pensamento,
como vela que infla seduzida pelo vento
Para chorar meu baldio terreno vendido a qualquer preço
E cadê o seu olhar atento?
Já fui entregue,
Sem apreço
Justo quando estive em aconchego
Nos seus braços, sendo!
Sentado no seu colo, debruçado nos seus olhos
Varrido pela cor ferrugem da folha que na calçada se atira
Sempre no outono,
já hoje em dia,
se vê até no inverno.
Quando o tempo, se veste de estação,
para que não esqueçamos a importância de um só dia
A pergunta que sempre me intriga
Ainda que nem sempre a resposta eu persiga
Valeu à pena, respirar cada segundo da memória,
que se forma no segundo que o presente se degola?
Quando a casa está vazia e o pensamento tem fala
Se ouve o sussurro do silêncio, assim feito companhia
Pra mergulhar no mar refletindo sol,
de um jeito que só eu via
Não há maior beleza que a da harmonia
Os pássaros sabem mais de melodia por amarem
Simplesmente amarem à vida.
E você tentando me impressionar com monossílabas
Lido por ela
Você não sabe de nada mesmo.
Como eu poderia querer
Que soubesse o quanto eu amo você...?
É, você nada sabe.
E deve ter uma dúvida imensa disso...
Você nem acredita no que vivo,
Nessa prisão feita ao ar livre...
Talvez um dia
Você se coloque no meu lugar
Mas se o fizer,
Certamente fugirá para longe..
E me deixará aí...
Fria onde você está
Ah...
Você realmente não sabe...
Enquanto tudo que sei
É que vivo só por te amar...
Como eu poderia querer
Que soubesse o quanto eu amo você...?
É, você nada sabe.
E deve ter uma dúvida imensa disso...
Você nem acredita no que vivo,
Nessa prisão feita ao ar livre...
Talvez um dia
Você se coloque no meu lugar
Mas se o fizer,
Certamente fugirá para longe..
E me deixará aí...
Fria onde você está
Ah...
Você realmente não sabe...
Enquanto tudo que sei
É que vivo só por te amar...
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