9.9.10

O que eu não entendo

Hoje eu não tenho medo, não por que não o tenha
Mas porque o desafio!
Hoje eu arrisco,
na reposta errada mesmo!,
não por sê-la,
mas por só termos dois caminhos,
um deles, um outro que não sei

É por que o tempo pinta o rosto e joga frouxo,
passando-se de vida
enquanto é só tempo para o coração que germina.

E não é de flores que qualquer paraíso é feito?,

enfeito então à minha maneira fina
de ser cinza
A de virar poema,
ser bebido,
virar bebida
Ainda que não haja tinta,
me sobra essa malha fina

E não é arte o que fica?

Deixo nome, estilo, graça
Você sempre me convence que não é de graça
Já se fez, ainda se faz
então vem a mim essa tortura da alma presa gritando vida
Num quarto pequeno de paredes e algumas taças

Em cada copo o vinho tinto da vida
Você brinda forte, me derrama, me inspira
Escorre com pressa no pensamento,
como vela que infla seduzida pelo vento

Para chorar meu baldio terreno vendido a qualquer preço
E cadê o seu olhar atento?
Já fui entregue,
Sem apreço

Justo quando estive em aconchego
Nos seus braços, sendo!
Sentado no seu colo, debruçado nos seus olhos
Varrido pela cor ferrugem da folha que na calçada se atira
Sempre no outono,
já hoje em dia,
se vê até no inverno.

Quando o tempo, se veste de estação,
para que não esqueçamos a importância de um só dia
A pergunta que sempre me intriga
Ainda que nem sempre a resposta eu persiga

Valeu à pena, respirar cada segundo da memória,
que se forma no segundo que o presente se degola?

Quando a casa está vazia e o pensamento tem fala
Se ouve o sussurro do silêncio, assim feito companhia
Pra mergulhar no mar refletindo sol,
de um jeito que só eu via
Não há maior beleza que a da harmonia

Os pássaros sabem mais de melodia por amarem
Simplesmente amarem à vida.
E você tentando me impressionar com monossílabas

Um comentário:

  1. "Justo quando estive em aconchego
    Nos seus braços, sendo!
    Sentado no seu colo, debruçado nos seus olhos
    Varrido pela cor ferrugem da folha que na calçada se atira
    Sempre no outono,
    já hoje em dia,
    se vê até no inverno.

    Quando o tempo, se veste de estação,
    para que não esqueçamos a importância de um só dia
    A pergunta que sempre me intriga
    Ainda que nem sempre a resposta eu persiga

    Valeu à pena, respirar cada segundo da memória,
    que se forma no segundo que o presente se degola?"

    Cada segundo vivido não merece ser esquecido...
    Me identifiquei muito com essa poesia.
    Linda...Parabéns! Você se supera a cada momento!
    Cris

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