E ele no auge de sua inspiração,
compunha suas palavras fortes,
em pedra
Tomava para si a sua folha branca,
o mais claro mármore, o mais pesado "papel"
E na sua fala, destemida ante sua obra,
retiraria os excessos, deixaria em relevo
as linhas, silhuetas de sua poesia
Dançar-se-ia, em breve, sapatiando nos talhos ao chão
Deslumbrando a vida que surgia,
O corpo que, outrora sabia, havia preso em cada rocha
Em sua cirurgia, minunciosa, desenhava leve
Feito Deus, quando faz uma montanha
Usando a mão como vento e os olhos como chuva
Esculpiu a eternidade em homem
E o preconceito esfria, na pele de seu desejo
Revestido, mas não vivo, do calor que lhe falta
No amparo solidário de sua solidão
Na sua intitulada perfeição,
Seu devaneio lhe visita,
- "Perché non parli?",
Ao rasgar a sua folha, pelo poema que não sente
Não há verso que componha, sua criação.
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