O relógio me agride,
Ele grita,
- Uma hora da manhã!,
num silêncio retumbante, acredite.
Ele estampa na minha cara
E mira o tempo no entendimento
Minha insônia dorme sua madrugada
Enquanto eu a aprecio e acalento,
Ou eu dou voz a todo momento
A um velho amigo que anda trôpego
Batendo meio torpe
Sem fôlego
Me pedindo um pouco mais de tempo?
Sorte tem o homem que a insônia desperta
Acorda e vigia de longe o sono
E ele sem saber, vítima de um adiamento
Sonha sem querer
Que quando acordado
Ela lhe rouba o tempo em pequenos ensaios
Ou lhe toma o futuro inteiro
Com seus presságios
Já não importa tantos anseios
É o nosso estar presente o que damos
Hoje sou eu quem não adormeço
Pois é quando o tempo voa
Que vivo todos os meus intensos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário