10.3.14

2:14 - AM

O relógio me agride,
Ele grita,
- Uma hora da manhã!,
num silêncio retumbante, acredite.

Ele estampa na minha cara
E mira o tempo no entendimento
Minha insônia dorme sua madrugada
Enquanto eu a aprecio e acalento,

Ou eu dou voz a todo momento

A um velho amigo que anda trôpego
Batendo meio torpe
Sem fôlego

Me pedindo um pouco mais de tempo?

Sorte tem o homem que a insônia desperta
Acorda e vigia de longe o sono
E ele sem saber, vítima de um adiamento
Sonha sem querer

Que quando acordado
Ela lhe rouba o tempo em pequenos ensaios
Ou lhe toma o futuro inteiro
Com seus presságios

Já não importa tantos anseios
É o nosso estar presente o que damos
Hoje sou eu quem não adormeço

Pois é quando o tempo voa
Que vivo todos os meus intensos!

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