11.3.14

Acredite

Se eu pudesse lhe sussurrar os meus anseios
Será que teria os meus calafrios?
As promessas que faço são levianas e mornas,
diante do que vejo com os olhos fechados.

Eu poderia lhe dar o mundo, aquele dos sorrisos,
dos crimes justificáveis, dos erros desculpáveis,
do suor das manhãs esgotadas de sol e pele

Eu poderia correr a vida
Com a mão estirada ao seu alcance, 
Para que tivessemos o apoio no cansaço
E o abraço na vitória

Eu condenaria a sua dor à solitária,
Anos a fio, mas não impediria que você a visitasse,
Pularia os muros feitos de cada não
Converteria as incertezas, com esse meu otimismo desmedido

Seríamos capazes de tudo, os infinitos recomeços
O reconhecermo-nos a cada intervalo em que mudamos
Sempre com o mesmo entusiasmo
Esse que cria a paisagem da estrada e no fim, um abrigo

Não fosse, por não poder pedir que acredite no que vejo,
não fosse os olhos fechados e o sonho,
não fosse a verdade de que a sorte pode lançar os dados

E posso parar na outra haste de um bilhete deixado sobre a mesa

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