Alguns guardados, rascunhos, pedaços... Achados em um ermo porto, do outro lado, lá onde a carne não abriga espaço. Faz-se alma e escreve pela perturbada mente, que mente. Escreve-se aqui, o presente passado. O passado em presente.
25.1.17
Pesadelos
Hoje resolvi colocar a saudade de castigo
A falta eu deixei à porta
Fechei antes que ela resolvesse entrar
Coloquei o som mais alto pra não ouvir ninguém bater
A minha vontade eu deixei sem água
Privei minha esperança, de dormir
Para que não sonhe
Pra cama só me restou trazer a razão
Hoje vamos deitar os dois
Ela de sono leve e eu com pesadelos
Raspei da pele as emoções
Me fiz um tronco de madeira frio
Para ver se respiro mais um dia
Nessa minha certeza transparente
De que nunca seremos nós
Por mais que a gente tente
21.1.17
Erro cronológico
Será que eu ainda sei contar as horas do jeito certo?
Ultimamente cada minuto tem sido eterno.
18.1.17
Bruxa
Eu que sei ouvir as letras
Que te digo com os olhos, esses que não dizem
Mas digo por eles quando espelho
Escrevo!
Gosto da bruxaria do seu cheiro
Da sua cor e da sua tinta
Da sua estampa
Da sua cara nua, desvestida!
Eu que me fascino pela palavra escrita
Tomo um porre de leigos e filosofias
Minha caneca vazia de uma vida plena,
seria conto ou mentira?
Encanto ou encontro?
Provérbio de algum tempo citado pelo acaso
trazido pontualmente pro presente?
Meu desejo e meu anseio
Se abraçam, se beijam
E eu?
Eu vejo!
17.1.17
Céu
Me deixa ser seu sol
Abre seu céu pra me receber assim
Feito gaivota que percorre sua imensidão
Feito beijo de lua na sua escuridão
Me abre seu céu, pra eu voar em você
Pra ser seu
Me pôr no seu azul inteiro
Um nó em alusão ao ser
Seu e só.
4.1.17
Circo
É seu o meu amor,
mas ainda é seu o que não conheço em mim
Que só você descreve sem pudor
Como se soubesse antes de sentir
Sua, toda essa minha alma Vasta, insegura, pequena e aflita De se um dia saberei cuidar da sua, alma minha
Eu que desconheço os atalhos da escrita Dou na vista, Esse sentir, da certeza em ti Do amor da minha vida
Me embaraço nos sentidos Sou equilibrista num circo de saudades Trapezista de sonhos vivos Nesse picadeiro de verdades
Sua, toda essa minha alma Vasta, insegura, pequena e aflita De se um dia saberei cuidar da sua, alma minha
Eu que desconheço os atalhos da escrita Dou na vista, Esse sentir, da certeza em ti Do amor da minha vida
Me embaraço nos sentidos Sou equilibrista num circo de saudades Trapezista de sonhos vivos Nesse picadeiro de verdades
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