não há um destino para nós
há um adeus esperando para se despedir
Alguns guardados, rascunhos, pedaços... Achados em um ermo porto, do outro lado, lá onde a carne não abriga espaço. Faz-se alma e escreve pela perturbada mente, que mente. Escreve-se aqui, o presente passado. O passado em presente.
19.2.17
18.2.17
Da nossa manhã
Gosto de colher a felicidade como quem rega plantas para ver folhas
Gosto quando acorda, ainda com sono
E eu posso molhar toda sua manhã
Ver brotar você, como se não existisse o resto do dia
Gosto quando acorda, ainda com sono
E eu posso molhar toda sua manhã
Ver brotar você, como se não existisse o resto do dia
16.2.17
Se existir perdão
Meu melhor escudo é esse sorriso
Essa felicidade que já não sinto
Zombo do descaso do meu destino
Já não me irrito, aceito e pronto
Já sei que ficamos pra trás
Eu ou você e o nosso tanto faz
Nossa insistência é um animal selvagem
Fingimos sua inocência, ou do que é capaz
Brincamos com explosivos,
como se pudessemos controlar os riscos
Pouco importa nosso futuro
O deixamos sem ter o que comer, com nossos vícios
Não há segurança pra todos os nossos perigos
Não há abrigo para o frágil que criamos
Perdemos o tempo dançando com nossos medos
Escolhemos a parte falida do que vivemos
Tentarão me convencer que a dois é difícil ser
Só é assim aos que forçam encaixes sem perceber
Depois da facilidade sorrir na minha cara o óbvio
Será a vez da certeza de dizer que foi tão próximo
Que o amor perdoe nossa covardia
Por uma saudade que devora cada um dos nossos dias
Essa felicidade que já não sinto
Zombo do descaso do meu destino
Já não me irrito, aceito e pronto
Já sei que ficamos pra trás
Eu ou você e o nosso tanto faz
Nossa insistência é um animal selvagem
Fingimos sua inocência, ou do que é capaz
Brincamos com explosivos,
como se pudessemos controlar os riscos
Pouco importa nosso futuro
O deixamos sem ter o que comer, com nossos vícios
Não há segurança pra todos os nossos perigos
Não há abrigo para o frágil que criamos
Perdemos o tempo dançando com nossos medos
Escolhemos a parte falida do que vivemos
Tentarão me convencer que a dois é difícil ser
Só é assim aos que forçam encaixes sem perceber
Depois da facilidade sorrir na minha cara o óbvio
Será a vez da certeza de dizer que foi tão próximo
Que o amor perdoe nossa covardia
Por uma saudade que devora cada um dos nossos dias
15.2.17
Não se justifica
De que serve a razão se quando ela se justifica
A ação é quem sofre de abandono
Me serve mesmo a palavra, esse meu registro
Alí, com data, naquele dia eu fui poesia
Essa coisa manca de conceitos
Atarefada de enfeitar o agora com seus adereços
Quero mais noites como a de ontem
Dias, como a manhã de hoje
Em que nasci na sua boca
Sem precisar dar qualquer nome
Vai ver a verei de novo, talvez algum dia
Esse precisar de certeza é a tolice do homem
Quero seu descaso em mim
Seu descompromisso
Como a nossa noite sem fim ou início
A ação é quem sofre de abandono
Me serve mesmo a palavra, esse meu registro
Alí, com data, naquele dia eu fui poesia
Essa coisa manca de conceitos
Atarefada de enfeitar o agora com seus adereços
Quero mais noites como a de ontem
Dias, como a manhã de hoje
Em que nasci na sua boca
Sem precisar dar qualquer nome
Vai ver a verei de novo, talvez algum dia
Esse precisar de certeza é a tolice do homem
Quero seu descaso em mim
Seu descompromisso
Como a nossa noite sem fim ou início
#inspirações-004 - O apanhador de desperdícios
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Manoel de Barros
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Manoel de Barros
6.2.17
Miséria
A poesia é meu purgatório
Me anuncia os segredos do amor
Esse silêncio, que mata quem hoje dormiu sob a chuva
E que me faz lembrar todo dia, os seus choros de agonia
Me anuncia os segredos do amor
Esse silêncio, que mata quem hoje dormiu sob a chuva
E que me faz lembrar todo dia, os seus choros de agonia
A poesia pintada de vermelho
Vermelho vivo do coração que sangra
Não vê na sua esquina, como a fome se alimenta de mais um?
Mas se choro eu a sua falta, quem há de dizer que não há dor?
Deve ser assim, a falta dele, me servem um jantar de miséria, do que não se tem...
Nele, me fastio, me sei eu!
Ah o seu amor, esse que ao dizer de mim, alimentava minha alma.
De quantas misérias de mim, me alimento, que ainda existe alguém que deixo por morrer de fome.
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