Quero uma mulher que seja guerreira e sonhadora,
Guerreira para reconhecer a batalha da vida e o cansaço de quem está em campo
Sonhadora para que vez ou outra possamos voar juntos
Uma mulher que tenha fé para contrastar com minhas ciências
Quero uma companheira, porque não sou forte sempre e muito pequeno no meu íntimo
Quero uma esposa, porque quero sonhar com família e aprendi sobre o valor da minha
Quero também, que ela saiba ser menina, amante e mulher
Ainda acredito nisso, depois de todo esse tempo, não pergunte-me como.
Que seja frágil, e sendo, eu me sinta grande ao protegê-la.
Quero uma irmã-mulher, que perceba que somos feitos também de defeitos
E que isso seja um convite a descoberta, que não precisamos mudar um ao outro
Quero muito uma mulher, que goste do convívio, mas entenda o espaço de cada um
Que a rotina a incomode, mas que isso não a faça fugir para o mundo
Mas proponha sempre a dinâmica mudança da conquista
E que ela, depois de tudo o que quero, me ensine a ver
que também preciso ceder a tudo isso.
Alguns guardados, rascunhos, pedaços... Achados em um ermo porto, do outro lado, lá onde a carne não abriga espaço. Faz-se alma e escreve pela perturbada mente, que mente. Escreve-se aqui, o presente passado. O passado em presente.
14.12.10
Levaste minha calma
Eu fico perdido aqui
Onde quem sou, eu não sei!
Sou?
Quem?
Eu?
Cadê você?
Eu ví, você passou por aqui,
logo atrás de mim
Eu sei,
por que sem querer esbarrara na minha alma
levando toda minha calma
Onde quem sou, eu não sei!
Sou?
Quem?
Eu?
Cadê você?
Eu ví, você passou por aqui,
logo atrás de mim
Eu sei,
por que sem querer esbarrara na minha alma
levando toda minha calma
18.11.10
É preciso
É preciso
é preciso paciência,
é preciso sonhos,
é preciso esperança,
mas quando o vento do dia muda de lado
e varre a tudo como folha,
é preciso ter sedimentado a eternidade como espelho da alma,
para acreditar que o presente
é uma criança sentada aos pés de um velho homem
é preciso paciência,
é preciso sonhos,
é preciso esperança,
mas quando o vento do dia muda de lado
e varre a tudo como folha,
é preciso ter sedimentado a eternidade como espelho da alma,
para acreditar que o presente
é uma criança sentada aos pés de um velho homem
25.10.10
No meu jardim
Dê-me um gole de sua mulher
dê-me seu vício, seu desejo a pino!
Arranca-me de dentro de mim!
Esse homem que perdeu seu próprio encanto
Força-me, prostar-me-ei ao seu desejo
se de mim, me mover...
Pois a cada encanto simulado
a cada desencanto partido
me envolvo nas palavras permicivas
de um amor, de um desatino
Só para ver brotar no meu jardim
uma planta com nome e cor
E assim ao cuidar, lembra-la e chamar de minha
dê-me seu vício, seu desejo a pino!
Arranca-me de dentro de mim!
Esse homem que perdeu seu próprio encanto
Força-me, prostar-me-ei ao seu desejo
se de mim, me mover...
Pois a cada encanto simulado
a cada desencanto partido
me envolvo nas palavras permicivas
de um amor, de um desatino
Só para ver brotar no meu jardim
uma planta com nome e cor
E assim ao cuidar, lembra-la e chamar de minha
23.10.10
Estrelas
A simplicidade é a genialidade da poesia,
afinal você é essa imensidão toda e ainda assim intocável.
Essa abstração do inverso de não estar.
Estar só é estar demasiadamente acompanhado de som,
cheiro, sentido...
É olhar o amor, só para ver.
Apague às luzes ao me ler,
leia estrelas.
afinal você é essa imensidão toda e ainda assim intocável.
Essa abstração do inverso de não estar.
Estar só é estar demasiadamente acompanhado de som,
cheiro, sentido...
É olhar o amor, só para ver.
Apague às luzes ao me ler,
leia estrelas.
19.10.10
Sorrisos
Sábios são os sorrisos que dormem no úmido de teus olhos
Escorrem pela face clara de tua retina, assim suaves
E de alguma forma aconchegam-se nos becos de teu passado
Sorrisos sonham acordados com tua inocência
Indecentes, roubam tua vista e a olham por dentro
Justo quando teus olhos ignoram o mundo lá fora, fechados
Já me perguntei se sei dos meus sorrisos todos que moram em você
Você sempre fala de rosa, coração e espinho
Eu ainda nessa infância de gente grande, falo de pulmão, olhos e ouvido
Você finge saber-me tão perto mas é fato de que nunca nos vimos
eu ainda sento no meio-fio, à esquina da vida
Sem vê-la, tu doas teus sorrisos todos
Que guardo sem saber
Escorrem pela face clara de tua retina, assim suaves
E de alguma forma aconchegam-se nos becos de teu passado
Sorrisos sonham acordados com tua inocência
Indecentes, roubam tua vista e a olham por dentro
Justo quando teus olhos ignoram o mundo lá fora, fechados
Já me perguntei se sei dos meus sorrisos todos que moram em você
Você sempre fala de rosa, coração e espinho
Eu ainda nessa infância de gente grande, falo de pulmão, olhos e ouvido
Você finge saber-me tão perto mas é fato de que nunca nos vimos
eu ainda sento no meio-fio, à esquina da vida
Sem vê-la, tu doas teus sorrisos todos
Que guardo sem saber
15.10.10
Eu ví!
Eu já perdi tudo, até essa escrita que você concede
Joguei ela aqui e ela escorre, entre seus olhos
Como escapara de cada um dos meus dedos
Perdi você, não em mim, mas por sonhar em ter!
É fácil perceber que o reflexo da vontade
É da frustração a face
Favorece à minha desordenada ordem sua
Assim tão inteira e segura na rotina,
Vai me dizer, você não viu perder o sabor?
Você não me viu, perder o número do seu abraço?
Seja sincera, eu perdi a medida dos seus sonhos!
Você não me viu acordar quando veio dormir?
Mas me viu olhar,
Molhar os olhos com a dor
Eu ví!
Joguei ela aqui e ela escorre, entre seus olhos
Como escapara de cada um dos meus dedos
Perdi você, não em mim, mas por sonhar em ter!
É fácil perceber que o reflexo da vontade
É da frustração a face
Favorece à minha desordenada ordem sua
Assim tão inteira e segura na rotina,
Vai me dizer, você não viu perder o sabor?
Você não me viu, perder o número do seu abraço?
Seja sincera, eu perdi a medida dos seus sonhos!
Você não me viu acordar quando veio dormir?
Mas me viu olhar,
Molhar os olhos com a dor
Eu ví!
14.10.10
Vermelho viscoso
De alguma forma pareço ancorado no seu porto
Eu quero te espantar ou fugir, correr
Mas a minha alma não acompanha
E vivo essa luta com meu corpo
Parei em você,
Ainda que tenha mil gostos a provar
A certeza de ter colhido um fruto na árvore da vida
E conhecê-lo o sabor,
Não me cede mais que a dúvida, nunca o interesse humano do desconhecido
Vai ver a alma se preocupa com o tempo, a segurança
Do que com a calunia da juventude eterna, de sempre se lançar ao mar
Vai ver viverei em você tentando fugir de volta
Longe alma, sendo apenas corpo
- Espera! Escorre algo no meu rosto, brota dos olhos... (diz você)
Use para ler melhor, a vida é mais borrada que clara.
Deixe embaçar a vista e me veja, pois clareza e transparência é mentira,
a vida é vermelha e viscosa.
Eu quero te espantar ou fugir, correr
Mas a minha alma não acompanha
E vivo essa luta com meu corpo
Parei em você,
Ainda que tenha mil gostos a provar
A certeza de ter colhido um fruto na árvore da vida
E conhecê-lo o sabor,
Não me cede mais que a dúvida, nunca o interesse humano do desconhecido
Vai ver a alma se preocupa com o tempo, a segurança
Do que com a calunia da juventude eterna, de sempre se lançar ao mar
Vai ver viverei em você tentando fugir de volta
Longe alma, sendo apenas corpo
- Espera! Escorre algo no meu rosto, brota dos olhos... (diz você)
Use para ler melhor, a vida é mais borrada que clara.
Deixe embaçar a vista e me veja, pois clareza e transparência é mentira,
a vida é vermelha e viscosa.
5.10.10
Na esquina de um amanhã
É verdade, eu a perdi
Perdi você no meu amanhã, na minha insensatez
Nesse meu querer tamanho
Que o hoje me devora
Eu a perdi no meu futuro e isso já faz tanto tempo
E só porque sonhei que seria você
Eu lembro, olhei nos seus olhos e disse
É você!
Foi!
Foi até o meu amanhã
Quando sentado naquele banco na esquina da sua vida
A ví passar de mãos dadas com o acaso,
Passeando com sua liberdade prometida
Cem pássaros pelo céu
Sem passos seus, sentei
Sem passar, passaram vocês
Eu sofrerei sempre
A certeza de "ser" você
Por jamais ter sido
Perdi você no meu amanhã, na minha insensatez
Nesse meu querer tamanho
Que o hoje me devora
Eu a perdi no meu futuro e isso já faz tanto tempo
E só porque sonhei que seria você
Eu lembro, olhei nos seus olhos e disse
É você!
Foi!
Foi até o meu amanhã
Quando sentado naquele banco na esquina da sua vida
A ví passar de mãos dadas com o acaso,
Passeando com sua liberdade prometida
Cem pássaros pelo céu
Sem passos seus, sentei
Sem passar, passaram vocês
Eu sofrerei sempre
A certeza de "ser" você
Por jamais ter sido
24.9.10
Mundo
Eu não tenho pra onde correr e o mundo é tão pequeno.
Não por que o conheça por inteiro, mas por poder conhecê-lo.
Olha lá a eternidade, se desdobrando toda no tempo,
no universo à frente de seus olhos!
E entre ela e nós, nenhuma intimidade.
Me inclino sempre mais a sentir-me em casa,
nas coisas grandes que desconheço.
Acredito sempre, que é de onde nascemos almas sem sermos homens.
Não por que o conheça por inteiro, mas por poder conhecê-lo.
Olha lá a eternidade, se desdobrando toda no tempo,
no universo à frente de seus olhos!
E entre ela e nós, nenhuma intimidade.
Me inclino sempre mais a sentir-me em casa,
nas coisas grandes que desconheço.
Acredito sempre, que é de onde nascemos almas sem sermos homens.
23.9.10
Nossa sala
Você muda como o céu
Eu quente como o sol
Sem você não surjo
Sem mim seu silêncio,
é só silêncio!
Não me escute
Veja só a minha luz
Não me apague
Deixe-me pôr à sombra
das suas curvas
Me deitar por trás de sua pele
Entardecer nos seus olhos
A meia luz de mim
Até não poder me ver
Assim me fazer noite
A sós, na sala de nós dois.
Eu quente como o sol
Sem você não surjo
Sem mim seu silêncio,
é só silêncio!
Não me escute
Veja só a minha luz
Não me apague
Deixe-me pôr à sombra
das suas curvas
Me deitar por trás de sua pele
Entardecer nos seus olhos
A meia luz de mim
Até não poder me ver
Assim me fazer noite
A sós, na sala de nós dois.
20.9.10
Cisco
foi um cisco
caiu aqui, bem na minha vista
imprescindível graça
lendo sua farsa
seu jogo de letras
e só você me arremata sem explicação
para ser inspiração
pois amo, nada e coisa alguma quero de você
senão você com nada pra fazer
mas quase sempre prefiro nem dizer!
caiu aqui, bem na minha vista
imprescindível graça
lendo sua farsa
seu jogo de letras
e só você me arremata sem explicação
para ser inspiração
pois amo, nada e coisa alguma quero de você
senão você com nada pra fazer
mas quase sempre prefiro nem dizer!
16.9.10
Michelangelo
E ele no auge de sua inspiração,
compunha suas palavras fortes,
em pedra
Tomava para si a sua folha branca,
o mais claro mármore, o mais pesado "papel"
E na sua fala, destemida ante sua obra,
retiraria os excessos, deixaria em relevo
as linhas, silhuetas de sua poesia
Dançar-se-ia, em breve, sapatiando nos talhos ao chão
Deslumbrando a vida que surgia,
O corpo que, outrora sabia, havia preso em cada rocha
Em sua cirurgia, minunciosa, desenhava leve
Feito Deus, quando faz uma montanha
Usando a mão como vento e os olhos como chuva
Esculpiu a eternidade em homem
E o preconceito esfria, na pele de seu desejo
Revestido, mas não vivo, do calor que lhe falta
No amparo solidário de sua solidão
Na sua intitulada perfeição,
Seu devaneio lhe visita,
- "Perché non parli?",
Ao rasgar a sua folha, pelo poema que não sente
Não há verso que componha, sua criação.
compunha suas palavras fortes,
em pedra
Tomava para si a sua folha branca,
o mais claro mármore, o mais pesado "papel"
E na sua fala, destemida ante sua obra,
retiraria os excessos, deixaria em relevo
as linhas, silhuetas de sua poesia
Dançar-se-ia, em breve, sapatiando nos talhos ao chão
Deslumbrando a vida que surgia,
O corpo que, outrora sabia, havia preso em cada rocha
Em sua cirurgia, minunciosa, desenhava leve
Feito Deus, quando faz uma montanha
Usando a mão como vento e os olhos como chuva
Esculpiu a eternidade em homem
E o preconceito esfria, na pele de seu desejo
Revestido, mas não vivo, do calor que lhe falta
No amparo solidário de sua solidão
Na sua intitulada perfeição,
Seu devaneio lhe visita,
- "Perché non parli?",
Ao rasgar a sua folha, pelo poema que não sente
Não há verso que componha, sua criação.
10.9.10
Lábios cortados
Você me arranca, me inflama
Foge, queima, se afugenta
E pra que, se não sou?
Se não vou?
Você é tanto e tão mais
Não sabe o que o seu vento faz?
O que o seu verbo traz?
Como seu homem nasce?
Existe onde, que não aqui?
Esse amor inflamado, viscerado
Bordado sem cor, sem arranjo
Te cato nos meus dobrados
Você me encontra nos seus guardados
Eu sou mais rascunho dos seus pulsos
Que escritor
Me atira do seu predicado
Prejudicado, pela ameça que pratica
Pago do mesmo mal que a sua solitária
Sinto cada mordida
Tivera eu a sorte de não saber, o gosto do beijo que roubo
Não que o tenha perdido, mas tê-lo oprimido
Censurado mesmo!
Só a quem dói o inverno,
prova os lábios cortados nas manhãs frias.
Foge, queima, se afugenta
E pra que, se não sou?
Se não vou?
Você é tanto e tão mais
Não sabe o que o seu vento faz?
O que o seu verbo traz?
Como seu homem nasce?
Existe onde, que não aqui?
Esse amor inflamado, viscerado
Bordado sem cor, sem arranjo
Te cato nos meus dobrados
Você me encontra nos seus guardados
Eu sou mais rascunho dos seus pulsos
Que escritor
Me atira do seu predicado
Prejudicado, pela ameça que pratica
Pago do mesmo mal que a sua solitária
Sinto cada mordida
Tivera eu a sorte de não saber, o gosto do beijo que roubo
Não que o tenha perdido, mas tê-lo oprimido
Censurado mesmo!
Só a quem dói o inverno,
prova os lábios cortados nas manhãs frias.
9.9.10
O que eu não entendo
Hoje eu não tenho medo, não por que não o tenha
Mas porque o desafio!
Hoje eu arrisco,
na reposta errada mesmo!,
não por sê-la,
mas por só termos dois caminhos,
um deles, um outro que não sei
É por que o tempo pinta o rosto e joga frouxo,
passando-se de vida
enquanto é só tempo para o coração que germina.
E não é de flores que qualquer paraíso é feito?,
enfeito então à minha maneira fina
de ser cinza
A de virar poema,
ser bebido,
virar bebida
Ainda que não haja tinta,
me sobra essa malha fina
E não é arte o que fica?
Deixo nome, estilo, graça
Você sempre me convence que não é de graça
Já se fez, ainda se faz
então vem a mim essa tortura da alma presa gritando vida
Num quarto pequeno de paredes e algumas taças
Em cada copo o vinho tinto da vida
Você brinda forte, me derrama, me inspira
Escorre com pressa no pensamento,
como vela que infla seduzida pelo vento
Para chorar meu baldio terreno vendido a qualquer preço
E cadê o seu olhar atento?
Já fui entregue,
Sem apreço
Justo quando estive em aconchego
Nos seus braços, sendo!
Sentado no seu colo, debruçado nos seus olhos
Varrido pela cor ferrugem da folha que na calçada se atira
Sempre no outono,
já hoje em dia,
se vê até no inverno.
Quando o tempo, se veste de estação,
para que não esqueçamos a importância de um só dia
A pergunta que sempre me intriga
Ainda que nem sempre a resposta eu persiga
Valeu à pena, respirar cada segundo da memória,
que se forma no segundo que o presente se degola?
Quando a casa está vazia e o pensamento tem fala
Se ouve o sussurro do silêncio, assim feito companhia
Pra mergulhar no mar refletindo sol,
de um jeito que só eu via
Não há maior beleza que a da harmonia
Os pássaros sabem mais de melodia por amarem
Simplesmente amarem à vida.
E você tentando me impressionar com monossílabas
Mas porque o desafio!
Hoje eu arrisco,
na reposta errada mesmo!,
não por sê-la,
mas por só termos dois caminhos,
um deles, um outro que não sei
É por que o tempo pinta o rosto e joga frouxo,
passando-se de vida
enquanto é só tempo para o coração que germina.
E não é de flores que qualquer paraíso é feito?,
enfeito então à minha maneira fina
de ser cinza
A de virar poema,
ser bebido,
virar bebida
Ainda que não haja tinta,
me sobra essa malha fina
E não é arte o que fica?
Deixo nome, estilo, graça
Você sempre me convence que não é de graça
Já se fez, ainda se faz
então vem a mim essa tortura da alma presa gritando vida
Num quarto pequeno de paredes e algumas taças
Em cada copo o vinho tinto da vida
Você brinda forte, me derrama, me inspira
Escorre com pressa no pensamento,
como vela que infla seduzida pelo vento
Para chorar meu baldio terreno vendido a qualquer preço
E cadê o seu olhar atento?
Já fui entregue,
Sem apreço
Justo quando estive em aconchego
Nos seus braços, sendo!
Sentado no seu colo, debruçado nos seus olhos
Varrido pela cor ferrugem da folha que na calçada se atira
Sempre no outono,
já hoje em dia,
se vê até no inverno.
Quando o tempo, se veste de estação,
para que não esqueçamos a importância de um só dia
A pergunta que sempre me intriga
Ainda que nem sempre a resposta eu persiga
Valeu à pena, respirar cada segundo da memória,
que se forma no segundo que o presente se degola?
Quando a casa está vazia e o pensamento tem fala
Se ouve o sussurro do silêncio, assim feito companhia
Pra mergulhar no mar refletindo sol,
de um jeito que só eu via
Não há maior beleza que a da harmonia
Os pássaros sabem mais de melodia por amarem
Simplesmente amarem à vida.
E você tentando me impressionar com monossílabas
Lido por ela
Você não sabe de nada mesmo.
Como eu poderia querer
Que soubesse o quanto eu amo você...?
É, você nada sabe.
E deve ter uma dúvida imensa disso...
Você nem acredita no que vivo,
Nessa prisão feita ao ar livre...
Talvez um dia
Você se coloque no meu lugar
Mas se o fizer,
Certamente fugirá para longe..
E me deixará aí...
Fria onde você está
Ah...
Você realmente não sabe...
Enquanto tudo que sei
É que vivo só por te amar...
Como eu poderia querer
Que soubesse o quanto eu amo você...?
É, você nada sabe.
E deve ter uma dúvida imensa disso...
Você nem acredita no que vivo,
Nessa prisão feita ao ar livre...
Talvez um dia
Você se coloque no meu lugar
Mas se o fizer,
Certamente fugirá para longe..
E me deixará aí...
Fria onde você está
Ah...
Você realmente não sabe...
Enquanto tudo que sei
É que vivo só por te amar...
17.8.10
A folha e ele
Parei naquele momento em que a folha caia
Segundo a segundo, dançando nos braços dele
Pensei que nas suas hastes haveriam mãos
E pude vê-lo segurando-a com jeito leve
Movia-se de lá para cá, caindo
Sua pele bronzeada do tempo
Cor de coisa seca, antiga
Foi então que pensei
O tempo que ele a esperou por este segundo
Eu testemunha
Da folha
Enamorada pelo paciente
Que a esperou cair em dias enormes
Fez turbilhão para tê-la em seus braços
E nada, mas chegara a vez
A vez do destino, própriamente
E o acaso me deu o tempo
Eu ví a folha
Que enamorada pelo vento
Pousou o chão
Há quem diga, que vale a vida
Esperar por um só dia
De amor puro
Disse o vento ao deixá-la em vão
Segundo a segundo, dançando nos braços dele
Pensei que nas suas hastes haveriam mãos
E pude vê-lo segurando-a com jeito leve
Movia-se de lá para cá, caindo
Sua pele bronzeada do tempo
Cor de coisa seca, antiga
Foi então que pensei
O tempo que ele a esperou por este segundo
Eu testemunha
Da folha
Enamorada pelo paciente
Que a esperou cair em dias enormes
Fez turbilhão para tê-la em seus braços
E nada, mas chegara a vez
A vez do destino, própriamente
E o acaso me deu o tempo
Eu ví a folha
Que enamorada pelo vento
Pousou o chão
Há quem diga, que vale a vida
Esperar por um só dia
De amor puro
Disse o vento ao deixá-la em vão
O que somos
Às vezes temo ser parte daquele amor
que nasceu só para se ter conhecimento do tamanho e da força.
Que existe na distância, na solidão,
no frio e na dor
Mas jamais na realidade dos fatos
Do tocar, do sentir...
Um amor que vive de platonismo,
como duas estátuas que se olham no jardim da eternidade.
Nessas horas é quando morro na nossa história.
Em um final de filme...
Onde o lago é lindo e cada um olha de um lado, o reflexo do outro.
Só você me mata e me faz renascer.
Hoje sei porque acordei para morrer.
Agora faz sentido.
Nunca mais fui eu somente.
Eu só existo por você.
_____________________________
Escrito por Roberta Carvalho / Raphael Neves
que nasceu só para se ter conhecimento do tamanho e da força.
Que existe na distância, na solidão,
no frio e na dor
Mas jamais na realidade dos fatos
Do tocar, do sentir...
Um amor que vive de platonismo,
como duas estátuas que se olham no jardim da eternidade.
Nessas horas é quando morro na nossa história.
Em um final de filme...
Onde o lago é lindo e cada um olha de um lado, o reflexo do outro.
Só você me mata e me faz renascer.
Hoje sei porque acordei para morrer.
Agora faz sentido.
Nunca mais fui eu somente.
Eu só existo por você.
_____________________________
Escrito por Roberta Carvalho / Raphael Neves
6.8.10
90 anos
Aos noventa anos, quando fiz
Dei-me o prazer dos trinta
Aquela sedução acentuada pela aventura
Me lembro dos pedidos frente ao novo ano
Quis o mundo todo, numa golada só
Só que agora assim, de jeito estranho
Nada do peso e compromisso da vida dos adultos
Eu podia ser jovem, como criança à beira dos dezoito
Podia ser, só por ter noventa anos
Me dei a idade, calei os lamentos do corpo
Por saber que a mente é essa fogueira acesa
Incessante
E lá no sofá da sala
Decidi,
Trinta anos!
E nunca mais envelheci.
Dei-me o prazer dos trinta
Aquela sedução acentuada pela aventura
Me lembro dos pedidos frente ao novo ano
Quis o mundo todo, numa golada só
Só que agora assim, de jeito estranho
Nada do peso e compromisso da vida dos adultos
Eu podia ser jovem, como criança à beira dos dezoito
Podia ser, só por ter noventa anos
Me dei a idade, calei os lamentos do corpo
Por saber que a mente é essa fogueira acesa
Incessante
E lá no sofá da sala
Decidi,
Trinta anos!
E nunca mais envelheci.
7.7.10
Minha estação
Qualquer planta se desprende das flores,
se queima ao sol até nascerem novos ramos.
Aceite, um dia venta e muda toda a cor dos galhos,
afinal existem as estações.
O maior problema é que a minha é sempre primavera
quando te vejo.
se queima ao sol até nascerem novos ramos.
Aceite, um dia venta e muda toda a cor dos galhos,
afinal existem as estações.
O maior problema é que a minha é sempre primavera
quando te vejo.
30.6.10
Sem nós
Vou te bebendo com os olhos
Vou tateando sua narrativa
Por motivos que a vida revelou
Vou dando sentido a achados tortos
Encontrando você em sua tinta
Devorando as lembranças que deixou
E a vontade me adentra até os ossos
Me percorre vadia
Nesse desatino de quem já amou
A pálidez da minha calma que enfeia meu ócio
Vem desse interim, se é, será ou seria
Do colo abrigo, do amor amigo, que não passou
E antes que me torne fóssil
Incrustado no seu passado, sem vida
Ouça do meu amor o clamor
Pois sem você sou foto
Com você sou coração, beijo, saliva
Sem nós, não sou
Sou ser, sem ser
Vou tateando sua narrativa
Por motivos que a vida revelou
Vou dando sentido a achados tortos
Encontrando você em sua tinta
Devorando as lembranças que deixou
E a vontade me adentra até os ossos
Me percorre vadia
Nesse desatino de quem já amou
A pálidez da minha calma que enfeia meu ócio
Vem desse interim, se é, será ou seria
Do colo abrigo, do amor amigo, que não passou
E antes que me torne fóssil
Incrustado no seu passado, sem vida
Ouça do meu amor o clamor
Pois sem você sou foto
Com você sou coração, beijo, saliva
Sem nós, não sou
Sou ser, sem ser
10.6.10
Uma poesia escrita em silêncio, só o título
-
-
-
-
-
-
-
-
FIM_____________________
Sua visita é sopro no meu silêncio!
Você me bagunça e o que estava certo em não ser
toma forma!
E nasce ao inverso
O verso
Do que não era para ser
Sendo silêncio
31.5.10
Depois de ser
digo da boca já viajada
que irá em breve ainda que demore
o tempo não se conta pra quem vive de poesia e conto
e antes que se despeça de mim, terás tido o meu todo
dormido com meu cheiro e provado do meu calor
e quando assim quiser, a estrada
estar nela como despedida
me terás, não no que fui presente
mas na saudade cultivada
antes da visita da boca viajada
que irá em breve ainda que demore
o tempo não se conta pra quem vive de poesia e conto
e antes que se despeça de mim, terás tido o meu todo
dormido com meu cheiro e provado do meu calor
e quando assim quiser, a estrada
estar nela como despedida
me terás, não no que fui presente
mas na saudade cultivada
antes da visita da boca viajada
28.5.10
Inesperado
Às vezes me sinto menino
Me sento no precipício da vidaMe mimo,
Choro no cume da mentira
É lágrima que escorre na brecha!
Entre o coração e a alma
encontra-se a folga dos olhos.
Escorrega.
Pinta e enfeita a dor.
Acaricia a pele fina
É água,
chuva,
é carinho de pai, mãe.
É de Deus a mão
torneia meus lábios
Tem gosto de solidão
Ela cai sozinha por sobre meu queixo
Segue a ribanceira da minha face,
enquanto me cerco de montanhas
É ela quem se atira primeiro
Do penhasco de minha moradia
Enquanto permaneço sentado
À beira de tudo que crio
Meu mundo de argila
barro, pedra e areia
É quase tudo fantasia
E eu aqui molhando os olhos
Esperando pelo inesperado.
24.5.10
Desfiladeiro
Será teu silêncio o escudo que tanto profana?
Será teu escudo, tua defesa, que revela tua voz
silenciada por teus medos?!
Será então, o teu temor à tua voz, e o teu
tremor a tua forma de sentir-me?
Não peques em esconder-se, peques por ousar.
Há mais aventura no erro que na captura muda,
sem o desfiladeiro empueirado do teu corpo
em queda livre!
Será teu escudo, tua defesa, que revela tua voz
silenciada por teus medos?!
Será então, o teu temor à tua voz, e o teu
tremor a tua forma de sentir-me?
Não peques em esconder-se, peques por ousar.
Há mais aventura no erro que na captura muda,
sem o desfiladeiro empueirado do teu corpo
em queda livre!
19.5.10
Depois de morto
Qualquer dia vou vestir a minha alma de um extremista qualquer
lhe colocar uma cintura de bombas, engatilhada pelo meu dedo de carne e osso
e mandar ela pro inferno, assim bem suicida
e quando não quiser mais, além de mim, levarei tudo aos ares
Isso mesmo, minha alma explodirei!
E depois, juntados os meus cacos, me recolher
só pra saber se depois de morto alguma coisa aprenderei.
lhe colocar uma cintura de bombas, engatilhada pelo meu dedo de carne e osso
e mandar ela pro inferno, assim bem suicida
e quando não quiser mais, além de mim, levarei tudo aos ares
Isso mesmo, minha alma explodirei!
E depois, juntados os meus cacos, me recolher
só pra saber se depois de morto alguma coisa aprenderei.
4.5.10
Copo de vidro
Quando sou eu...
Sou tão mesmisse, que quando me rouba é como uma criança,
Que pega um copo de vidro e o taca no chão e ri,
Por que, agora, de um ela fez diversos
________________________________
Quando me vejo escrito
Sou mesmisse, essa repetição que já conheço
Quando me roubas, me recrias, me inventas
Sorrio, ao encontrar-me
Como uma criança, ao lançar um copo ao chão
Não por quebrá-lo, mas por fazê-lo em muitos
Sou tão mesmisse, que quando me rouba é como uma criança,
Que pega um copo de vidro e o taca no chão e ri,
Por que, agora, de um ela fez diversos
________________________________
Quando me vejo escrito
Sou mesmisse, essa repetição que já conheço
Quando me roubas, me recrias, me inventas
Sorrio, ao encontrar-me
Como uma criança, ao lançar um copo ao chão
Não por quebrá-lo, mas por fazê-lo em muitos
Há outro(a)
E seu beijo era doce
sua loucura, era meu torpor
era seu braço meu acalanto
seu nome meu encanto
sua boca então fez-se faca
arma branca sim
enterrando-se em outra que não minha
cortara o peito meu
esse braço que me abraça
é meu sagrado manto
castiga-me com as chicotadas dos dedos leves
e me arranca o sono com a textura
do lodo, sujo, de outro corpo
e quando me tomas, meu corpo
que não pertence a mim e nem o seu que é meu
somam-se, há um impulso
esse de carne, parece haver sangue e dor
e bebo esse fél na fonte de sua miséria
e tudo o que tenho é o resto do que não querem
meu exílio é ser sombra de mim,
na pena de mim mesmo
morro sempre que volto a ser seu
e hoje, encarno um corpo novo
o que me visita, e me encanta
por não ser você,
enquanto visto-me de algoz
na armadura feita por suas vãs atitudes
e assim, tomo o corpo que se entrega
e dormimos como cumplices
e te verei à noite, para comemorarmos
a morte de nós mesmos.
sua loucura, era meu torpor
era seu braço meu acalanto
seu nome meu encanto
sua boca então fez-se faca
arma branca sim
enterrando-se em outra que não minha
cortara o peito meu
esse braço que me abraça
é meu sagrado manto
castiga-me com as chicotadas dos dedos leves
e me arranca o sono com a textura
do lodo, sujo, de outro corpo
e quando me tomas, meu corpo
que não pertence a mim e nem o seu que é meu
somam-se, há um impulso
esse de carne, parece haver sangue e dor
e bebo esse fél na fonte de sua miséria
e tudo o que tenho é o resto do que não querem
meu exílio é ser sombra de mim,
na pena de mim mesmo
morro sempre que volto a ser seu
e hoje, encarno um corpo novo
o que me visita, e me encanta
por não ser você,
enquanto visto-me de algoz
na armadura feita por suas vãs atitudes
e assim, tomo o corpo que se entrega
e dormimos como cumplices
e te verei à noite, para comemorarmos
a morte de nós mesmos.
14.4.10
Folhas
Só porque é mulher madura, é fruto, mas é árvore
É doce, mas é ainda flor, folha e dança em vento forte
Enquanto me amparo na sua sombra, me abraço a seu corpo
Me escondo e você, só deixa cair as folhas
20.3.10
A sós
Na sua própria escravidão
O homem vai pelo seu caminho desenhado
E o destino não é mais que, ao normal, desdenho
Sujeito homem, que se veste de pele
E lá pelas tantas, aponta suas diferenças
Tão iguais, revestindo sempre a pobre caveira
Dos fortes e sábios, a ignorância é um apetite
Soberbos homens primatas
Antes saber não existisse e que fadas são encantadas
E assim, homem, tu tomas as fábulas
O medo, sempre uma grande caixa
E tu e eu, somos por quem senão nós?
O egoísmo engole da dor, cada sinônimo, palavra por palavra
E não reconhece o eu que guarda
Tão distante, da distância da solução
que a vida lhe bomba no peito, lhe infla o balão
Se não fosse, porque um coração?
E o homem que reconheço, se perde pelo medo certo da morte
Covarde que se inflama e se despede do mundo
Pois o tempo que lhe guarda segredos, já fala em razão
Que de certo é a morte
E a sede, o desejo da vida
Viver sem ter ninguém, para não escolher a quem
E ser do mundo, para tomar pela saliva
O gosto da noite e degustar até o dia
Preso no peito, assim, grita
O que ficou de lado, no ser embaraçado
Lá nas ranhuras, do pretérito imperfeito
- Que amar, não é defeito!
E se por um, que invada a todos
Porquê, se lhe veste a veemência
A presença é controversa
No tempo em que gira tudo
Já corroemos o absurdo da clareza
Vivamos a sós, onde só tenhamos nós
Eus tão miseráveis de mins
Como gafanhatos devorando jardins
O homem vai pelo seu caminho desenhado
E o destino não é mais que, ao normal, desdenho
Sujeito homem, que se veste de pele
E lá pelas tantas, aponta suas diferenças
Tão iguais, revestindo sempre a pobre caveira
Dos fortes e sábios, a ignorância é um apetite
Soberbos homens primatas
Antes saber não existisse e que fadas são encantadas
E assim, homem, tu tomas as fábulas
O medo, sempre uma grande caixa
E tu e eu, somos por quem senão nós?
O egoísmo engole da dor, cada sinônimo, palavra por palavra
E não reconhece o eu que guarda
Tão distante, da distância da solução
que a vida lhe bomba no peito, lhe infla o balão
Se não fosse, porque um coração?
E o homem que reconheço, se perde pelo medo certo da morte
Covarde que se inflama e se despede do mundo
Pois o tempo que lhe guarda segredos, já fala em razão
Que de certo é a morte
E a sede, o desejo da vida
Viver sem ter ninguém, para não escolher a quem
E ser do mundo, para tomar pela saliva
O gosto da noite e degustar até o dia
Preso no peito, assim, grita
O que ficou de lado, no ser embaraçado
Lá nas ranhuras, do pretérito imperfeito
- Que amar, não é defeito!
E se por um, que invada a todos
Porquê, se lhe veste a veemência
A presença é controversa
No tempo em que gira tudo
Já corroemos o absurdo da clareza
Vivamos a sós, onde só tenhamos nós
Eus tão miseráveis de mins
Como gafanhatos devorando jardins
16.3.10
Se sim...
Qual a loucura do homem que diz não?
Ela seu sonho, esse pensar inato
O convite é para vida, pro amor
E sua rotina esse desbarato, moleque feito de dor
A diferença do encanto
com o chapéu debruçado à porta,
ao quebrar à força o portão,
E quem não vive o disparate acelerado de um coração?
Me diz, a quem não adoça a paixão?
E do beijo que leva, esse sem ter sido dado
Mas devo agora, a um pirata qualquer, umas mil quantias de puro ouro
só por não ter praticado o roubo
Minha tortura navegante, carrega minha boca
Pra qual rumo vai meu entrelaço
Vadio o meu pensar, agora deixa passos na grama
Um jardim qualquer na memória de criança
E o voo do pássaro, sempre será o que fica de mais lindo
Deve ser então, louco aquele que diz sim, não?
Ter sua alma brevemente roubada ali, bem na roda do mundo
ou o desacordo dos braços, numa busca por espaço
Deveras fosse ela mulher, mas sempre despe-se feito paixão
Jardineiro das letras, palavra plantada, virá verbo
Teus olhos não me veem
Mal-falados versos imprórios, censurados pela razão
A tormenta do louco, delírio do são
Podem me falar, que se fosse sim pra sempre
pra sempre, não teria fim
Ela seu sonho, esse pensar inato
O convite é para vida, pro amor
E sua rotina esse desbarato, moleque feito de dor
A diferença do encanto
com o chapéu debruçado à porta,
ao quebrar à força o portão,
E quem não vive o disparate acelerado de um coração?
Me diz, a quem não adoça a paixão?
E do beijo que leva, esse sem ter sido dado
Mas devo agora, a um pirata qualquer, umas mil quantias de puro ouro
só por não ter praticado o roubo
Minha tortura navegante, carrega minha boca
Pra qual rumo vai meu entrelaço
Vadio o meu pensar, agora deixa passos na grama
Um jardim qualquer na memória de criança
E o voo do pássaro, sempre será o que fica de mais lindo
Deve ser então, louco aquele que diz sim, não?
Ter sua alma brevemente roubada ali, bem na roda do mundo
ou o desacordo dos braços, numa busca por espaço
Deveras fosse ela mulher, mas sempre despe-se feito paixão
Jardineiro das letras, palavra plantada, virá verbo
Teus olhos não me veem
Mal-falados versos imprórios, censurados pela razão
A tormenta do louco, delírio do são
Podem me falar, que se fosse sim pra sempre
pra sempre, não teria fim
18.2.10
A festa de ser
Da vida que levo, só sei do inverso
Do que não foi, invento pra criar conceitos
Do que sou, um pedaço que você deixou
Esse sem ver, que tomo sem merecer
Do carnaval deixo a máscara, o chapéu
Da festa, o confete a serpentina, desenrolados, largados
Mas no instante, não no chão
No ápice da festa, levados pelo vento
O movimento, a explosão
O canto da multidão
Sou do malandro a ginga
Do corpo a expressão
A intensidade musicada
A alegria de quem vence, o choro do perdedor
A intensidade, sem nome, raça ou cor
Do que não foi, invento pra criar conceitos
Do que sou, um pedaço que você deixou
Esse sem ver, que tomo sem merecer
Do carnaval deixo a máscara, o chapéu
Da festa, o confete a serpentina, desenrolados, largados
Mas no instante, não no chão
No ápice da festa, levados pelo vento
O movimento, a explosão
O canto da multidão
Sou do malandro a ginga
Do corpo a expressão
A intensidade musicada
A alegria de quem vence, o choro do perdedor
A intensidade, sem nome, raça ou cor
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