Como barco, rumo a meu naufrágio
Corpo levado, por essa âncora de alma, ao precipício alheio
Quem sabe, eu só exista, por que você também o faz?
E quem sabe se ...
Lá vem outra onda, nesse oceano de vida
É o acaso que destrói o casco
Nem a poesia compõe, nossas mentirosas justificativas
E eu, que só queria econtrá-la
Morro à carona de você.
Alguns guardados, rascunhos, pedaços... Achados em um ermo porto, do outro lado, lá onde a carne não abriga espaço. Faz-se alma e escreve pela perturbada mente, que mente. Escreve-se aqui, o presente passado. O passado em presente.
30.3.09
24.3.09
Estrada
Então, descanse, sente
sente aí na beira de sua estrada,
dessa vida imensa que já se passou,
dessa imensidão, veja só o horizonte, tão longe
do tudo e nada, que ainda não veio
descanse
veja o sol acima
o imenso céu azul,
perceba, que nem do amanhã nos é permitido saber
nem se lá na frente terá uma sombra ou árvore
mas por agora, enquanto eu não sei as respostas, me sento
preciso de mim e de meu descanso
e quando meu pensamento enganar-se
e me arremessar ao passado contristado
posso chorar, ainda hoje
embusteiro pensamento!
e faço isso, porque preciso cuidar de mim,
e por agora, preciso mais de mim a qualquer outro
e então, quando renovada, mente pensante
alimentar-se-á do horizonte, como esperança,
embreagar-se-á de todas as fantasias,
volto à beira da estrada minha
com a esperança em mãos,
sabendo que metade dela é sonho e a outra,
ah! Essa outra, depende do meu caminhar
e quando meu corpo, de mim satisfizer-se,
deixarei cravado à beira, a cruz
vou me levantar, deixar um corpo
e andar, vestido de um novo
sente aí na beira de sua estrada,
dessa vida imensa que já se passou,
dessa imensidão, veja só o horizonte, tão longe
do tudo e nada, que ainda não veio
descanse
veja o sol acima
o imenso céu azul,
perceba, que nem do amanhã nos é permitido saber
nem se lá na frente terá uma sombra ou árvore
mas por agora, enquanto eu não sei as respostas, me sento
preciso de mim e de meu descanso
e quando meu pensamento enganar-se
e me arremessar ao passado contristado
posso chorar, ainda hoje
embusteiro pensamento!
e faço isso, porque preciso cuidar de mim,
e por agora, preciso mais de mim a qualquer outro
e então, quando renovada, mente pensante
alimentar-se-á do horizonte, como esperança,
embreagar-se-á de todas as fantasias,
volto à beira da estrada minha
com a esperança em mãos,
sabendo que metade dela é sonho e a outra,
ah! Essa outra, depende do meu caminhar
e quando meu corpo, de mim satisfizer-se,
deixarei cravado à beira, a cruz
vou me levantar, deixar um corpo
e andar, vestido de um novo
17.3.09
Sabe se ler?
terei que te subjugar
calar-te com minha poesia incisiva
para aprender, que é tua vez de ser lida
queres do meu Demônio a insanidade,
mas meu Anjo veste sua maldade,
e ainda é apenas infantil,
ante minha escrita
sente-se
leia,
veja-se
já és de mim parte e não há escondidas
te vejo no canto e abuso do seu medo, te calo
na parede de letras
no meu letreiro de poemas
quero sua atitude imediata,
sem seu texto pensado
sem parágrafos articulados,
quero a presa esguia,
ou um teste para deixá-la ser minha guia
ou guiar-te-ei feito fera
feito louco
no texto que nos impera
calar-te com minha poesia incisiva
para aprender, que é tua vez de ser lida
queres do meu Demônio a insanidade,
mas meu Anjo veste sua maldade,
e ainda é apenas infantil,
ante minha escrita
sente-se
leia,
veja-se
já és de mim parte e não há escondidas
te vejo no canto e abuso do seu medo, te calo
na parede de letras
no meu letreiro de poemas
quero sua atitude imediata,
sem seu texto pensado
sem parágrafos articulados,
quero a presa esguia,
ou um teste para deixá-la ser minha guia
ou guiar-te-ei feito fera
feito louco
no texto que nos impera
Sem te ver
Sem te ver, é como viver a eternidade
sem o perfume das rosas,
sem o frescor do tempo,
sem a calmaria dos lagos,
é tudo dúbio, forte e angustiante.
sem o perfume das rosas,
sem o frescor do tempo,
sem a calmaria dos lagos,
é tudo dúbio, forte e angustiante.
Carta pra ninguém
Essa é uma carta para ninguém
... fale mesmo que só tenha a mim para te ouvir,
mesmo que deseje o fim, estarei aqui deste lado,
do seu lado, pensando no novo início.
Vou guardar as minhas forças para superar a sua queda,
mesmo que só me encontre no espelho, no reflexo de uma lágrima.
Talvez perceba que não sou só tua força, mas a tua essência,
ou a essência do teu instinto primitivo de viver,
farei de mim você e quando se calar tomarei teu impulso
e vestirei teu corpo.
Perceberá que sou o seu tempo, seu segredo de si mesmo e
te darei a mão, me darás nomes e ouvirá sempre o seu chamado,
ainda que não me aceite como você.
Não vou me impor, isso me faria sem sentido,
mas tenho vida e isso sustenta-te, revigora teu imo e clareia teu olhar.
Peço-te, somente, confie.
E chegará o dia diferente dos outros,
onde perderá a tua face e serás eu,
mesmo que eu volte a crescer sem você saber.
Sou o seu objetivo abstrato, o foco nem sempre claro,
o grito na garganta contido, sua censura reprimida.
O verbo que percorre o teu espírito é minha forma de chorar,
mas você não vai me escutar, não vai me entender,
vai tentar me educar e acabará por me esconder.
Vou assombrar o seu pensar e quando quiseres me romper,
vou me revelar, vou aparecer e saberás que sou você.
E vamos voltar a acreditar, mesmo que eu volte a crescer sem você saber,
me chame de sua vida, de experiência, do que quiser.
Mesmo que eu prefira ser chamado de você.
... fale mesmo que só tenha a mim para te ouvir,
mesmo que deseje o fim, estarei aqui deste lado,
do seu lado, pensando no novo início.
Vou guardar as minhas forças para superar a sua queda,
mesmo que só me encontre no espelho, no reflexo de uma lágrima.
Talvez perceba que não sou só tua força, mas a tua essência,
ou a essência do teu instinto primitivo de viver,
farei de mim você e quando se calar tomarei teu impulso
e vestirei teu corpo.
Perceberá que sou o seu tempo, seu segredo de si mesmo e
te darei a mão, me darás nomes e ouvirá sempre o seu chamado,
ainda que não me aceite como você.
Não vou me impor, isso me faria sem sentido,
mas tenho vida e isso sustenta-te, revigora teu imo e clareia teu olhar.
Peço-te, somente, confie.
E chegará o dia diferente dos outros,
onde perderá a tua face e serás eu,
mesmo que eu volte a crescer sem você saber.
Sou o seu objetivo abstrato, o foco nem sempre claro,
o grito na garganta contido, sua censura reprimida.
O verbo que percorre o teu espírito é minha forma de chorar,
mas você não vai me escutar, não vai me entender,
vai tentar me educar e acabará por me esconder.
Vou assombrar o seu pensar e quando quiseres me romper,
vou me revelar, vou aparecer e saberás que sou você.
E vamos voltar a acreditar, mesmo que eu volte a crescer sem você saber,
me chame de sua vida, de experiência, do que quiser.
Mesmo que eu prefira ser chamado de você.
Silêncio
Se há vida, por que tanto silêncio?
A tua voz tem vida própria, e me visita sempre
Ainda, que por último, seja teu silêncio berrante.
Ah tua voz, guardada em lábios tortos, brinquedos de menina!
Ah tuas mãos, segurança de amigos, rédias de turbilhão!
Ah tua alma, sem vista, cega, justa, límpida e clara!
Ah!
Me falta, e faltarão sempre, todas as palavras que tu ferves
A cada tempo de reclusão.
Mas jamais, esquecerei, as tuas escritas, tua doação toda
De febre e inspiração.
Que um dia ousei compor!
A tua voz tem vida própria, e me visita sempre
Ainda, que por último, seja teu silêncio berrante.
Ah tua voz, guardada em lábios tortos, brinquedos de menina!
Ah tuas mãos, segurança de amigos, rédias de turbilhão!
Ah tua alma, sem vista, cega, justa, límpida e clara!
Ah!
Me falta, e faltarão sempre, todas as palavras que tu ferves
A cada tempo de reclusão.
Mas jamais, esquecerei, as tuas escritas, tua doação toda
De febre e inspiração.
Que um dia ousei compor!
Véu a guiar
E te fito os olhos, mora no espaço de cada sorriso
Abriga os cabelos soltos,
E se finge, dessa que sorri
Mestra desse corpo, que veste sem pudor
Mistura mistério, mulher e moça
Ah moça! Enganas homens ou dança com eles, a morte dos mesmos.
Impenetráveis almas, ancoradas, nas cicatrizes
No seio de todo poder, mora o desejo intrépido de abuso
Abusar-se-ia se pudesse, e talvez o faça no seu mundo.
E na minha mente, onde quem finge e mente é poeta
É o discrente que há arestas no sorriso
Por crer na alma que domina o corpo cru.
Adentro suas vicissitudes, não encontrando lágrimas
Nem a elas me refiro,
Mas descrevo, aquela que dança
No palco da vida, seduz, no íntimo
Brinca, por trás da menina
A mulher, que avisto
Deusa de si
Amarra, prende, surpreende
Quando o véu lhe caí, e só o fez, ou faz
Para quem tem a coragem de morrer
Pois para vê-la, merece quem atreve-se.
Abriga os cabelos soltos,
E se finge, dessa que sorri
Mestra desse corpo, que veste sem pudor
Mistura mistério, mulher e moça
Ah moça! Enganas homens ou dança com eles, a morte dos mesmos.
Impenetráveis almas, ancoradas, nas cicatrizes
No seio de todo poder, mora o desejo intrépido de abuso
Abusar-se-ia se pudesse, e talvez o faça no seu mundo.
E na minha mente, onde quem finge e mente é poeta
É o discrente que há arestas no sorriso
Por crer na alma que domina o corpo cru.
Adentro suas vicissitudes, não encontrando lágrimas
Nem a elas me refiro,
Mas descrevo, aquela que dança
No palco da vida, seduz, no íntimo
Brinca, por trás da menina
A mulher, que avisto
Deusa de si
Amarra, prende, surpreende
Quando o véu lhe caí, e só o fez, ou faz
Para quem tem a coragem de morrer
Pois para vê-la, merece quem atreve-se.
Herói
É aquele que em meio a todos, não perde a fé.
Ainda que inspire a dúvida em todos, pois é preciso fazer crescer o pensamento,
na busca incessante da certeza singular.
É aquele que teme pela vida alheia,
e busca a luta por certeza da vitória,
pois a derrota encontra-se na justificativa da batalha.
É aquele que primeiro venceu a si.
E assombra os seus, por saber-se só
e revelar a solidão, para que não o sigam,
mas não temam.
É a voz baixa e o recuo, o apressar-se em acalmar-se.
Pois a vida é longa e rápida, e a seus olhos nada escapa,
não há dia que passe, pois não se foge de seu tempo.
Heróis são aqueles, que escolhemos não como líderes
pois eles não desejam seguidores,
mas quem escolhemos para morrer ao lado,
pois a companhia mostra a confiança, e a morte
a certeza de estar do lado certo.
Ainda que inspire a dúvida em todos, pois é preciso fazer crescer o pensamento,
na busca incessante da certeza singular.
É aquele que teme pela vida alheia,
e busca a luta por certeza da vitória,
pois a derrota encontra-se na justificativa da batalha.
É aquele que primeiro venceu a si.
E assombra os seus, por saber-se só
e revelar a solidão, para que não o sigam,
mas não temam.
É a voz baixa e o recuo, o apressar-se em acalmar-se.
Pois a vida é longa e rápida, e a seus olhos nada escapa,
não há dia que passe, pois não se foge de seu tempo.
Heróis são aqueles, que escolhemos não como líderes
pois eles não desejam seguidores,
mas quem escolhemos para morrer ao lado,
pois a companhia mostra a confiança, e a morte
a certeza de estar do lado certo.
Por onde andei
É preciso andar por onde andei,
Conhecer o chão, pelos calos nos pés
É preciso conhecer o sol, nas queimaduras ardentes da pele fresca
Castigada não pelo tempo, mas pelo chicote que levo em mãos
E pela luz
Esse corpo que nunca caminhou à sombra, e fala como velho
Porque andou feito vivo, onde caminham mortos
É preciso conhecer o ser, nos olhos que te fitam,
É mesmo preciso, para perdoar e amparar
É preciso ocupar a minha alma, para que me conheças, pois andei
E ainda hoje, com os pés no chão, ando, entre mundos e pessoas
E nada é como antes, porque só eu mudei
Conhecer o chão, pelos calos nos pés
É preciso conhecer o sol, nas queimaduras ardentes da pele fresca
Castigada não pelo tempo, mas pelo chicote que levo em mãos
E pela luz
Esse corpo que nunca caminhou à sombra, e fala como velho
Porque andou feito vivo, onde caminham mortos
É preciso conhecer o ser, nos olhos que te fitam,
É mesmo preciso, para perdoar e amparar
É preciso ocupar a minha alma, para que me conheças, pois andei
E ainda hoje, com os pés no chão, ando, entre mundos e pessoas
E nada é como antes, porque só eu mudei
Eu não sei ao certo, ainda que eu acredite
Eu não sei ao certo se tive outra vida, ainda que eu acredite.
Eu não sei, nem ao menos, se o amor que sinto é honesto a mim,
ou a quem amo, ainda que o sinta.
Não sei se o que escrevo é poesia,
ou síntese de alguns guardados que levo numa mala de carne e osso,
ainda que acredite e seja sincera.
Não sei se tudo o que desejo e sonho serão verdades convertidas assim,
para esse substantivo em real, mas por tê-los comigo já o são, acredito.
E você que a muito não vejo, e a saudade presa a sua solitária,
queima as cartas que não me escreve,
em revolta a mim como dono deste edifício de lembranças.
Acredite, lembro de você na fumaça que me sufoca.
Eu não sei, nem ao menos, se o amor que sinto é honesto a mim,
ou a quem amo, ainda que o sinta.
Não sei se o que escrevo é poesia,
ou síntese de alguns guardados que levo numa mala de carne e osso,
ainda que acredite e seja sincera.
Não sei se tudo o que desejo e sonho serão verdades convertidas assim,
para esse substantivo em real, mas por tê-los comigo já o são, acredito.
E você que a muito não vejo, e a saudade presa a sua solitária,
queima as cartas que não me escreve,
em revolta a mim como dono deste edifício de lembranças.
Acredite, lembro de você na fumaça que me sufoca.
Chegada e partida
Por que temes o meu amor... diluído num texto qualquer?!
Caminho nos bosques decorados de suas palavras.
Quisera montar meu mundo, quisera dar-me o labirinto
de sua essência?!
Sei que na mata condensada de você, adentrei,
entrelassado às raizes que caem de cima, como cipós,
braços de sua linguística que me amarram...
Preso na mística de seus devaneios e desejos,
encapuzados das verdades que esconde.
E como outrora... surge e some... se vai como brisa,
após ter sido tempestade em minha terra...
E que o mar guarde sua fúria, que os céus resguardem
os ventos que deram às ondas minhas, tamanho e força
Que ao tê-la por mais uma vez, saiba cativar o seu ficar,
e que não mudem as direções os ventos que uivam como fantasmas
hoje na janela do quarto que te escrevo, ao relê-la.
Caminho nos bosques decorados de suas palavras.
Quisera montar meu mundo, quisera dar-me o labirinto
de sua essência?!
Sei que na mata condensada de você, adentrei,
entrelassado às raizes que caem de cima, como cipós,
braços de sua linguística que me amarram...
Preso na mística de seus devaneios e desejos,
encapuzados das verdades que esconde.
E como outrora... surge e some... se vai como brisa,
após ter sido tempestade em minha terra...
E que o mar guarde sua fúria, que os céus resguardem
os ventos que deram às ondas minhas, tamanho e força
Que ao tê-la por mais uma vez, saiba cativar o seu ficar,
e que não mudem as direções os ventos que uivam como fantasmas
hoje na janela do quarto que te escrevo, ao relê-la.
Sem sentido
Eu já escrevi um milhão de poemas
E a mim nunca dei sequer uma linha escrita,
Já me fiz em rima, para tirar-lhe sorrisos
Quiçá fingidos, quiçá risos!
Sou de mim presente ermo
Avesso do todo conjugado em tempo meu
Ah que ironia escrever-lhe em mim
E desmorono todos os prantos
Esses sim, lágrimas, o sal desperdiçado
Ninguém lhe nega a verdade
Cristal leve de alma dura
E que caiba em sua visão
Um olhar meu, acentuado de passado
Uma busca minha de presença, em presente
E que eu lhe permita
Ser por hora,
Ou por hoje, somente agora
Trechos de texto, faces de poema
Palavras de lápide
Onde lê-se, mim
De mim mesmo
Já se fizera sentido em não tê-lo
Por razão
E a mim nunca dei sequer uma linha escrita,
Já me fiz em rima, para tirar-lhe sorrisos
Quiçá fingidos, quiçá risos!
Sou de mim presente ermo
Avesso do todo conjugado em tempo meu
Ah que ironia escrever-lhe em mim
E desmorono todos os prantos
Esses sim, lágrimas, o sal desperdiçado
Ninguém lhe nega a verdade
Cristal leve de alma dura
E que caiba em sua visão
Um olhar meu, acentuado de passado
Uma busca minha de presença, em presente
E que eu lhe permita
Ser por hora,
Ou por hoje, somente agora
Trechos de texto, faces de poema
Palavras de lápide
Onde lê-se, mim
De mim mesmo
Já se fizera sentido em não tê-lo
Por razão
Já faz tempo
E já nem faz tanto tempo assim
E já faz tanto tempo
Tempo que não a vejo
Tempo que condenso tal saudade
Já se faz saudade, desse tempo
Que mata o tempo em verdade
Quando juntos, matamos a saudade
Em tempos vorazes
Faz mesmo tempo, amor
Que o amor faz o tempo
E a saudade que hoje persiste
É do tempo que outrora presente
Um dia escrevo sem medo dos erros
Palavras de quem te espera
Em fim de dias comuns, em dias vindouros
De quem jubila-se com a voz, com a forma, com os nós
Ah que saudade, da voz
da palavra, dos nós...
Do tempo que constrói a saudade
de amanhã.
E já faz tanto tempo
Tempo que não a vejo
Tempo que condenso tal saudade
Já se faz saudade, desse tempo
Que mata o tempo em verdade
Quando juntos, matamos a saudade
Em tempos vorazes
Faz mesmo tempo, amor
Que o amor faz o tempo
E a saudade que hoje persiste
É do tempo que outrora presente
Um dia escrevo sem medo dos erros
Palavras de quem te espera
Em fim de dias comuns, em dias vindouros
De quem jubila-se com a voz, com a forma, com os nós
Ah que saudade, da voz
da palavra, dos nós...
Do tempo que constrói a saudade
de amanhã.
Febril de escrita
toma-me um desejo louco,
compulsivo pelas letras,
preciso alimentar-me de pele,
pelas linhas que hão de vir...
preciso de uma testemunha da minha paixão
preciso de um sonho quase em vão,
mas preciso...
desse punhal literário
que degola minha sã sabedoria
e me coloca no chão entre seus pés
como um apaixonado exagerado!
compulsivo pelas letras,
preciso alimentar-me de pele,
pelas linhas que hão de vir...
preciso de uma testemunha da minha paixão
preciso de um sonho quase em vão,
mas preciso...
desse punhal literário
que degola minha sã sabedoria
e me coloca no chão entre seus pés
como um apaixonado exagerado!
Não, não tente!
não tente me entender,
não por mim nem por você,
nem sonhe viver a minha loucura,
meu mundo é seu medo e seu medo é minha cura
não por mim nem por você,
nem sonhe viver a minha loucura,
meu mundo é seu medo e seu medo é minha cura
Tornar-se-a irmão
Eu não te ví crescer, mas resolvi crescer com você
Achei que poderia ir sozinho sempre,
Sorte ter a sua mão extendida, sem sabê-lo presente
Até aqui são histórias e contos
Uma parceria contra os truques da vida
Uma certa precisão em tempo, para se chegar
Para corrigir, avisar, dividir, acima de tudo, somar
É a certeza inerente a ausência,
é o fato como afirmação do que não se pode fugir
Nos olhos do outro o espelho límpido do que se é
Talvez te conheça menos do que saiba de mim,
Pois a ti não minto nem engano... diferente para comigo
Talvez o conheça tão bem quanto lhe escrevo
Mas ainda acima de tudo isso
Está o fato de confiar-te os dias vindouros
As horas dificeis, os sorrisos e as vitórias!
É com saudade que sentirei,
dessa nossa juventude
Que te escrevo
Pra chamá-lo de amigo.
Mas como não nascemos tão próximos
E podemos escolher seguir sozinhos
E não ter a sorte da mão tão próxima
É que prefiro escolher-me
Como seu irmão
Achei que poderia ir sozinho sempre,
Sorte ter a sua mão extendida, sem sabê-lo presente
Até aqui são histórias e contos
Uma parceria contra os truques da vida
Uma certa precisão em tempo, para se chegar
Para corrigir, avisar, dividir, acima de tudo, somar
É a certeza inerente a ausência,
é o fato como afirmação do que não se pode fugir
Nos olhos do outro o espelho límpido do que se é
Talvez te conheça menos do que saiba de mim,
Pois a ti não minto nem engano... diferente para comigo
Talvez o conheça tão bem quanto lhe escrevo
Mas ainda acima de tudo isso
Está o fato de confiar-te os dias vindouros
As horas dificeis, os sorrisos e as vitórias!
É com saudade que sentirei,
dessa nossa juventude
Que te escrevo
Pra chamá-lo de amigo.
Mas como não nascemos tão próximos
E podemos escolher seguir sozinhos
E não ter a sorte da mão tão próxima
É que prefiro escolher-me
Como seu irmão
Falante alma
Eu a criei
Suas palavras em mim contidas
Criam asas com o que não fala
Tomam forma com o que vê
Toma-me, como se não houvesse fim
Alimente-se do que é seu
Extraia da minha essência, o seu tesouro
Enterrado em outro corpo
Ainda que vague, em terras tristes
Usa-me, pois a teu castigo fora dado meu vigor
A tua intensidade meu verso
Ao que te fere, meus verbos
Conjugue em cada dia vindouro
A certeza de tua alma falante
A verdade sua, numa poesia distante
Para você.. pois
a fala volta a ter voz, sempre!
Suas palavras em mim contidas
Criam asas com o que não fala
Tomam forma com o que vê
Toma-me, como se não houvesse fim
Alimente-se do que é seu
Extraia da minha essência, o seu tesouro
Enterrado em outro corpo
Ainda que vague, em terras tristes
Usa-me, pois a teu castigo fora dado meu vigor
A tua intensidade meu verso
Ao que te fere, meus verbos
Conjugue em cada dia vindouro
A certeza de tua alma falante
A verdade sua, numa poesia distante
Para você.. pois
a fala volta a ter voz, sempre!
Aqui, jaz!
Aqui jaz uma alma
Em um corpo engessado
O avesso, do que se consagra fértil
Do que se estende... ou se entende, segue a
rotina burra, ignorada, morta, não fecunda
Arraigado de ao menos duas vidas
Carrega consigo a nostalgia da manhã insana
É vertente das idéias, solúveis e porosas
Corroídas pelos dias infinitos em suas sinteses
Fraco no sonhar e perpétuo na busca do imperfeito
Aprende a fixar, os olhos num diamante qualquer...
Uma medalha escura, onde senta-se e compactua,
brinda com o anônimo dos vivos
O grito mudo de um adeus agudo.
Em um corpo engessado
O avesso, do que se consagra fértil
Do que se estende... ou se entende, segue a
rotina burra, ignorada, morta, não fecunda
Arraigado de ao menos duas vidas
Carrega consigo a nostalgia da manhã insana
É vertente das idéias, solúveis e porosas
Corroídas pelos dias infinitos em suas sinteses
Fraco no sonhar e perpétuo na busca do imperfeito
Aprende a fixar, os olhos num diamante qualquer...
Uma medalha escura, onde senta-se e compactua,
brinda com o anônimo dos vivos
O grito mudo de um adeus agudo.
Tudo que é seu
se a tudo existe... e a você, se vê partida...
se vê metade de si mesma
se o amor que lhe invade, reflete a você
que se transborde de si
que o amor ao texto, e a textura
de letras, se fazem pele
permita-se a ser seu sonho
pense e alimente-se de seu desejo
esse que de tão íntimo é seu,
de tão seu é segredo,
e por segredo ser, viva-o
em si!!!
e no seu avesso, na outra aste
lá na outra margem
ainda espero avistar-te
sorrindo...
e quando lembrar-se,
acene... estarei a espera
por carinho, coisa d´alma
coisa da gente que escreve!
se vê metade de si mesma
se o amor que lhe invade, reflete a você
que se transborde de si
que o amor ao texto, e a textura
de letras, se fazem pele
permita-se a ser seu sonho
pense e alimente-se de seu desejo
esse que de tão íntimo é seu,
de tão seu é segredo,
e por segredo ser, viva-o
em si!!!
e no seu avesso, na outra aste
lá na outra margem
ainda espero avistar-te
sorrindo...
e quando lembrar-se,
acene... estarei a espera
por carinho, coisa d´alma
coisa da gente que escreve!
Grito interrompido
Me dê um gole desse cálice
deixe-me provar, beber, degustar
do vinho, que derrama, e se esvai, nos lábios seus
dê-me a morte, como presente
Hoje, não quero as vaidades
de um amor, de um corpo, um desejo
Quero, a tortura da carne, da vida burra
quero a sintese, do que se vive
quero a frieza da alma
Empurra-me, a ignorância, pela garganta vazia
deixe somente o grito, silênciado
um estampido bloqueado a vácuo
deixe-me provar, beber, degustar
do vinho, que derrama, e se esvai, nos lábios seus
dê-me a morte, como presente
Hoje, não quero as vaidades
de um amor, de um corpo, um desejo
Quero, a tortura da carne, da vida burra
quero a sintese, do que se vive
quero a frieza da alma
Empurra-me, a ignorância, pela garganta vazia
deixe somente o grito, silênciado
um estampido bloqueado a vácuo
À margem da carne
deitado, no ermo de meu estado
no avesso de meu sentido
no fundo, no meu intimo
onde nascem limos
onde adormece meu sentir,
vive a alma, que desconheço
que me invade
e me enfureço
no final, sou eu
que a mim, não permito ser
no avesso de meu sentido
no fundo, no meu intimo
onde nascem limos
onde adormece meu sentir,
vive a alma, que desconheço
que me invade
e me enfureço
no final, sou eu
que a mim, não permito ser
Mulher
Percorro a pele nua
Dedos, mãos, lábios
Respiro na boca sua
O meu desejo ávido
Fitam-se olhos,
Corpos íntimos,
Agora colados,
Consomem-se famintos
Sedentos de amor,
tateiam os sentidos
febris, em calor
Homem e Mulher unidos
O prazer, agora submisso
às suas covardias femininas
Faz de mim, perdido
Caça, de força, despida
Afligi
mente e matéria
No gozo, que incide
Corpos, agora falidos, congela
Interrompe, tempo
Adormece
Homem
Mulher, agora voa
Como Anjo, pleno
Santifica, sua alma toda
Ergue e salta, feito vento
Some como fada
faz de mim, inteiro
Já carne, reintegrada
Traz orvalho, serena,
Cama e meio
Se deita
de sono, veste a alma
dorme
eterniza a noite
com sua dadiva
Dedos, mãos, lábios
Respiro na boca sua
O meu desejo ávido
Fitam-se olhos,
Corpos íntimos,
Agora colados,
Consomem-se famintos
Sedentos de amor,
tateiam os sentidos
febris, em calor
Homem e Mulher unidos
O prazer, agora submisso
às suas covardias femininas
Faz de mim, perdido
Caça, de força, despida
Afligi
mente e matéria
No gozo, que incide
Corpos, agora falidos, congela
Interrompe, tempo
Adormece
Homem
Mulher, agora voa
Como Anjo, pleno
Santifica, sua alma toda
Ergue e salta, feito vento
Some como fada
faz de mim, inteiro
Já carne, reintegrada
Traz orvalho, serena,
Cama e meio
Se deita
de sono, veste a alma
dorme
eterniza a noite
com sua dadiva
Adeus
É aquele abraço de perdão,
pelos dias vazios que hão de vir
é o aceno de mão,
deixado no ar junto ao leve sorrir
É o choro contido
Afeição de quem se vai
quem fica, metade partido
recorre a saudade que cai
pelos dias vazios que hão de vir
é o aceno de mão,
deixado no ar junto ao leve sorrir
É o choro contido
Afeição de quem se vai
quem fica, metade partido
recorre a saudade que cai
Hoje é diferente.
Não quero seu beijo doce!
Quero seus lábios sedentos,
sua língua perdida, sem caminhos.
Mordidas.
Não quero seu sorriso, não hoje!
Quero seu rosto com suor selvagem,
dentes sobre carne, desejo preso, ousadia.
Não quero seus cabelos soltos!
Quero os nós em meus dedos, submissos a
meu tato, amarras de um prazer inenarrável.
Não me dê hoje a sua carícia
Quero seu descontrole, seu percalço de insanidade,
sua loucura inevitável, seu desejo em dedos e toques.
Não, suas palavras meigas, não!
Quero seu verbo rasgado, seu véu desmascarado
seu texto vulgar, sua perdição vocabular.
Nem sua respiração quero!
Quero sua falta de ar, seus gemidos,
gritos, sua vontade reprimida.
Hoje é diferente!
Porque tenho sua carne sob a minha,
seu sexo rendido, seu corpo falido,
eu por dentro de você vivendo o inatingível.
Quero seus lábios sedentos,
sua língua perdida, sem caminhos.
Mordidas.
Não quero seu sorriso, não hoje!
Quero seu rosto com suor selvagem,
dentes sobre carne, desejo preso, ousadia.
Não quero seus cabelos soltos!
Quero os nós em meus dedos, submissos a
meu tato, amarras de um prazer inenarrável.
Não me dê hoje a sua carícia
Quero seu descontrole, seu percalço de insanidade,
sua loucura inevitável, seu desejo em dedos e toques.
Não, suas palavras meigas, não!
Quero seu verbo rasgado, seu véu desmascarado
seu texto vulgar, sua perdição vocabular.
Nem sua respiração quero!
Quero sua falta de ar, seus gemidos,
gritos, sua vontade reprimida.
Hoje é diferente!
Porque tenho sua carne sob a minha,
seu sexo rendido, seu corpo falido,
eu por dentro de você vivendo o inatingível.
Véu D´Alma
A porta entreaberta é perfeita
O sangue atinge o corredor
A dor ecoa na casa fria
Escorre degraus
Pinga
Gota de tinta
Letra de poema
O texto flagrado
Recoberto de sorriso amargo
Pensamento que não largo
Tremo
Temo
Morro
Véu que rasgo
Subo no seu salto e me elevo
Tendencioso narro
Conquisto mudo o seu quarto
Alma e redenção
Aprisiona o corpo
Saudoso do seu choro
É então poesia fingida
Lançada na parede
Faz-se lágrima em pedra
Mancha minha, sua cria
Fecha a porta de minha moradia
Me afogo no meu vinho
Eu, minha própria covardia
Da janela
A Lua flagra
A ida de minha vida
O sangue atinge o corredor
A dor ecoa na casa fria
Escorre degraus
Pinga
Gota de tinta
Letra de poema
O texto flagrado
Recoberto de sorriso amargo
Pensamento que não largo
Tremo
Temo
Morro
Véu que rasgo
Subo no seu salto e me elevo
Tendencioso narro
Conquisto mudo o seu quarto
Alma e redenção
Aprisiona o corpo
Saudoso do seu choro
É então poesia fingida
Lançada na parede
Faz-se lágrima em pedra
Mancha minha, sua cria
Fecha a porta de minha moradia
Me afogo no meu vinho
Eu, minha própria covardia
Da janela
A Lua flagra
A ida de minha vida
Pena
Pena
É a vista fria
A prometida tinta
E que mais, não venha
Pena, senão dor
De quem lê
Fome de amor
Letras que seu olho vê
De quem perdeu o dom
Da Pena, resplendor
Grito, ecoa o som
Da fome que morre sem dor
Enfim
Ter Pena
Que se desprenda
A mesma de mim
É a vista fria
A prometida tinta
E que mais, não venha
Pena, senão dor
De quem lê
Fome de amor
Letras que seu olho vê
De quem perdeu o dom
Da Pena, resplendor
Grito, ecoa o som
Da fome que morre sem dor
Enfim
Ter Pena
Que se desprenda
A mesma de mim
Teu avesso
Basta-me teu avesso
desnudo em carne
vestido de ti
sobre mim,
pele
lambes-me, lábio
entorpece
beijo dado
meus dentes
de teu seio, carecem
ânsia regente
insinuas
seduz-me
mulher nua
domo teu percalço
faço!
do teu avesso me encharco
renasces e me basto
desnudo em carne
vestido de ti
sobre mim,
pele
lambes-me, lábio
entorpece
beijo dado
meus dentes
de teu seio, carecem
ânsia regente
insinuas
seduz-me
mulher nua
domo teu percalço
faço!
do teu avesso me encharco
renasces e me basto
Palavras que caem
De toda a falácia
Fica só a matéria ruminada
Na sombra do pensar
Preso sem ética à queda
Versos, poetas, é antagônico esse meio
Dor e amor dançam
São palavras, letreiros?
Cartazes da vida, homens que cantam
O cair, chuva de quem lê
Não cadencio os verbos
São as suas incertezas, do que vê
Tudo tão claro, nem poema, nem fatos
Palavras inanimadas
Seres que as libertam
De onde, senão há amarras?!
Do intimo, pensamentos que ruminam
Fica só a matéria ruminada
Na sombra do pensar
Preso sem ética à queda
Versos, poetas, é antagônico esse meio
Dor e amor dançam
São palavras, letreiros?
Cartazes da vida, homens que cantam
O cair, chuva de quem lê
Não cadencio os verbos
São as suas incertezas, do que vê
Tudo tão claro, nem poema, nem fatos
Palavras inanimadas
Seres que as libertam
De onde, senão há amarras?!
Do intimo, pensamentos que ruminam
Espera
Se espera,
E espera por não vir
No imo, junto à vontade,
queres senão que não venhas
Volto então a esperar
Por ti ou por novo
Por mim, somente enfim
Hei de ver o tempo passar
Que não julgo amor em tudo
E sim amante do momento
Vem profundo
É ânsia e medo
Do que não vem
Somente, o único desejo
A espera de esperar
E espera por não vir
No imo, junto à vontade,
queres senão que não venhas
Volto então a esperar
Por ti ou por novo
Por mim, somente enfim
Hei de ver o tempo passar
Que não julgo amor em tudo
E sim amante do momento
Vem profundo
É ânsia e medo
Do que não vem
Somente, o único desejo
A espera de esperar
Despedida
Há o corpo, que se vai, desnudo de mim
Frase enfim, interrompida
O vento leva, o Adeus teu
Não deixa, senão perfume
Sou caverna e tu, minha chama, escuro fica
Passos, um frente ao outro
Abre-se no chão o abismo de tua ausência
Infinita a distância entre tua alma e a minha
Se vai?!
Fostes, posto então tua vontade
Despeço-me de vidas e sonhos
Dobrastes a esquina a dias
Agora noite,
Levanto-me e acredito
Simplesmente fostes
E eu, eu fiquei
Frase enfim, interrompida
O vento leva, o Adeus teu
Não deixa, senão perfume
Sou caverna e tu, minha chama, escuro fica
Passos, um frente ao outro
Abre-se no chão o abismo de tua ausência
Infinita a distância entre tua alma e a minha
Se vai?!
Fostes, posto então tua vontade
Despeço-me de vidas e sonhos
Dobrastes a esquina a dias
Agora noite,
Levanto-me e acredito
Simplesmente fostes
E eu, eu fiquei
Agonia
Minha poesia ancorada num porto longínquo
A neblina faz do meio uma mancha turva
Não interpreto assim como é impreciso o que vejo
O que sinto e o que escrevo sem contexto
Papéis amassados, jogados ao lado
Borrados, rabiscos e textos entrelaçados
A pena nascente da minha escrita, agora voa
Cai e se assenta sobre a folha branca
Na cor a esperança no pensar a agonia
Toque leve e suave a corromper os dias
Uma, duas ou mais linhas
No crepúsculo a face da lua
És então a folha inteira preenchida
O dançar da paleta, a beleza como guia
Na presença encantada, faz-se rainha e o texto finda
A neblina faz do meio uma mancha turva
Não interpreto assim como é impreciso o que vejo
O que sinto e o que escrevo sem contexto
Papéis amassados, jogados ao lado
Borrados, rabiscos e textos entrelaçados
A pena nascente da minha escrita, agora voa
Cai e se assenta sobre a folha branca
Na cor a esperança no pensar a agonia
Toque leve e suave a corromper os dias
Uma, duas ou mais linhas
No crepúsculo a face da lua
És então a folha inteira preenchida
O dançar da paleta, a beleza como guia
Na presença encantada, faz-se rainha e o texto finda
Barco
O barco a margem, vela baixa e grandes remos.
Deitado sobre a água a minha espera.
Sobre o corpo de madeira, curto e estreito.
Ponho-me a repousar.
Sem saber, paro entre o vento e a força.
O desejo posto contra a minha razão me traz os remos a mão,
O medo me recua e a vela cheia pelo ar onde jaz minha consciência,
me empurra antes que eu possa me questionar
O fim do rio, nem eu sei e nem sei se não
O impulso a brigar com meu senso
E encho meu peito de tudo o mais
Mas cresce por dentro e me toma intenso
Tudo o que devora meu ser é a dúvida,
a escolha de seguir ou morrer aqui.
Deitado sobre a água a minha espera.
Sobre o corpo de madeira, curto e estreito.
Ponho-me a repousar.
Sem saber, paro entre o vento e a força.
O desejo posto contra a minha razão me traz os remos a mão,
O medo me recua e a vela cheia pelo ar onde jaz minha consciência,
me empurra antes que eu possa me questionar
O fim do rio, nem eu sei e nem sei se não
O impulso a brigar com meu senso
E encho meu peito de tudo o mais
Mas cresce por dentro e me toma intenso
Tudo o que devora meu ser é a dúvida,
a escolha de seguir ou morrer aqui.
Não tarda em anoitecer
Minhas palavras são erros tolos
tua imagem o meu texto
Minha poesia, toda ela queimada em teus olhos
Arde em mim a chama que te consome
Teu ódio minha sanidade, não tenha medo
Nosso desejo, o único poço de razão
Tudo está tão longe e tudo o que vinga é dor
A raiz é tão profunda, mas temos sorte
No espelho tua imagem, teu receio minha covardia
E minhas palavras são erros, erros tolos
Não se esqueça, minhas palavras são erros
Olhe meu peito, ainda existe coração
Minha alma encolhida, talvez um próximo tiro
Estique a mão meu último pedido
Preciso cantar uma música triste
É preciso ser ouvido
Minhas palavras são erros bobos
Erros bobos de menino
Quem sabe ainda sou criança
Verdades e mentiras
Meu amor, minha única saída
Você e eu, que meu espírito não se divida
Abro a janela, os astros ainda moram acima
Sorria menina, você tem toda vida.
tua imagem o meu texto
Minha poesia, toda ela queimada em teus olhos
Arde em mim a chama que te consome
Teu ódio minha sanidade, não tenha medo
Nosso desejo, o único poço de razão
Tudo está tão longe e tudo o que vinga é dor
A raiz é tão profunda, mas temos sorte
No espelho tua imagem, teu receio minha covardia
E minhas palavras são erros, erros tolos
Não se esqueça, minhas palavras são erros
Olhe meu peito, ainda existe coração
Minha alma encolhida, talvez um próximo tiro
Estique a mão meu último pedido
Preciso cantar uma música triste
É preciso ser ouvido
Minhas palavras são erros bobos
Erros bobos de menino
Quem sabe ainda sou criança
Verdades e mentiras
Meu amor, minha única saída
Você e eu, que meu espírito não se divida
Abro a janela, os astros ainda moram acima
Sorria menina, você tem toda vida.
Uma criança
Reparei que ando criando uma menina
Nasceu grande e parece ainda crescer,
afinal a crio sem saber
Ela tem posse de olhos lindos,
parecem com os seus,
afinal é filha de nosso amor
Cabelos como os seus,
e muitas vezes brinca esperta,
e faz doer o peito com agonia
Ela sorri na maior parte das vezes que fico sem você,
é incrível a semelhança
É como se a visse ali refletida no espelho onde ela se vê,
amando sua própria beleza
Sempre que me aproximo ela se esconde,
me parece tímida
Você sempre que chega, ela corre para longe,
me pergunto sempre,
se ela lhe visita
Está tão mais velha desde a última vez que nos vimos,
que agora mesmo enquanto escrevo ela sorri com malícia
Tem a cor de sua pele,
não me lembro quando ela nasceu e me culpo por isso
me faz parecer um homem sem sentido
E a cada dia pareço ver você e não a doce menina
Me espanto quando consigo perceber que não há engano
Que besteira a minha, sempre tão parecida, só eu que não via
É a minha saudade que se veste de teu corpo
E desmorona na lágrima que cai agora fria.
Nasceu grande e parece ainda crescer,
afinal a crio sem saber
Ela tem posse de olhos lindos,
parecem com os seus,
afinal é filha de nosso amor
Cabelos como os seus,
e muitas vezes brinca esperta,
e faz doer o peito com agonia
Ela sorri na maior parte das vezes que fico sem você,
é incrível a semelhança
É como se a visse ali refletida no espelho onde ela se vê,
amando sua própria beleza
Sempre que me aproximo ela se esconde,
me parece tímida
Você sempre que chega, ela corre para longe,
me pergunto sempre,
se ela lhe visita
Está tão mais velha desde a última vez que nos vimos,
que agora mesmo enquanto escrevo ela sorri com malícia
Tem a cor de sua pele,
não me lembro quando ela nasceu e me culpo por isso
me faz parecer um homem sem sentido
E a cada dia pareço ver você e não a doce menina
Me espanto quando consigo perceber que não há engano
Que besteira a minha, sempre tão parecida, só eu que não via
É a minha saudade que se veste de teu corpo
E desmorona na lágrima que cai agora fria.
Cansaço
As pernas cansadas, sem força
Os olhos nem serenos nem ávidos, apenas tentam ver o que o vento não mostra
Os passos arrastados, revelam o caráter falido
Os movimentos raros, apenas da cabeça a olhar o alto, o infinito, sem alvo
A queda, o abismo tão fundo que se torna a viagem e não a chegada
A dor, sua companheira, quase fala, o agride em versos
Os textos, jogados, alados voaram não para longe, mas para o vazio do insensato
O fato, não compreendido revigora-se fazendo da raiva a sua perdição
Já não temos corpos nem desejos, na vida o foco opaco
De longe nem homem e nem mulher, é ímpar e familiar
O amor, antes descrito e compreendido, agora caminha na saudade, sozinho
De perto é pedra e não barro, não é modelo é rocha
Partida e desgastada pelo dia, pela noite ou pela lágrima que escorria
Agora já tarde, cai parte e se desfaz
Os olhos nem serenos nem ávidos, apenas tentam ver o que o vento não mostra
Os passos arrastados, revelam o caráter falido
Os movimentos raros, apenas da cabeça a olhar o alto, o infinito, sem alvo
A queda, o abismo tão fundo que se torna a viagem e não a chegada
A dor, sua companheira, quase fala, o agride em versos
Os textos, jogados, alados voaram não para longe, mas para o vazio do insensato
O fato, não compreendido revigora-se fazendo da raiva a sua perdição
Já não temos corpos nem desejos, na vida o foco opaco
De longe nem homem e nem mulher, é ímpar e familiar
O amor, antes descrito e compreendido, agora caminha na saudade, sozinho
De perto é pedra e não barro, não é modelo é rocha
Partida e desgastada pelo dia, pela noite ou pela lágrima que escorria
Agora já tarde, cai parte e se desfaz
Lapidare
Na varanda, a cadeira vazia mexe ao vento
O esmo, deixado sem apreço, na tua falta minha dúvida
Queria o tempo vencer, encontrar novamente o encanto
O teu sorriso, sentado de longe, apreciava minha vida
Do céu o encontro, tua face ainda viva
Minha palavra procura tua razão
Não sinto o teu peito onde eu dormia
Nuvens escuras, minhas lágrimas alcançam o chão
O esmo, deixado sem apreço, na tua falta minha dúvida
Queria o tempo vencer, encontrar novamente o encanto
O teu sorriso, sentado de longe, apreciava minha vida
Do céu o encontro, tua face ainda viva
Minha palavra procura tua razão
Não sinto o teu peito onde eu dormia
Nuvens escuras, minhas lágrimas alcançam o chão
Tudo que ficara
a semente deixada, inerte
não cresce, nem veste
o corpo meu
e no avesso da felicidade
encontro estático
o rosto seu
a dor, bailarina
dança seu sorriso, sobre a presa
tortura alma, precipício de vida
o punhal que a mim corta
é seu verbo envenenado
seu "não", com grosseria decorado
é a mentira em prosa
da saudade perdida
que a sua vaidade decora
a sua forma, hoje fria
de quem já não olha
para olhos ou manias
de quem esqueceu
que esquecer é mais difícil
que viver
o sofrimento meu
amarga em lábios
que jamais a mim pertenceu
não cresce, nem veste
o corpo meu
e no avesso da felicidade
encontro estático
o rosto seu
a dor, bailarina
dança seu sorriso, sobre a presa
tortura alma, precipício de vida
o punhal que a mim corta
é seu verbo envenenado
seu "não", com grosseria decorado
é a mentira em prosa
da saudade perdida
que a sua vaidade decora
a sua forma, hoje fria
de quem já não olha
para olhos ou manias
de quem esqueceu
que esquecer é mais difícil
que viver
o sofrimento meu
amarga em lábios
que jamais a mim pertenceu
A tua espera
Estou a tua espera, como os anjos esperam pelos ventos
O teu calor, transmitido por tuas palavras, fazem do teu
corpo meu desejo
Teus beijos alados ao ar, fazem de meus lábios, oportunistas
Minhas vontades se fazem loucura, meus segredos me consomem,
teus mistérios, minha ânsia, menina, mulher.
És do meu corpo Rainha, e de meu zelo princesa, sou menino
a clamar por teu amparo, e homem a implorar por teu carinho,
criança a pedir-te abrigo e jovem a espera de um ninho.
Se teus olhos fossem - agora! - meu espelho, seria teu todo meu brilho
Se fosse tua carne todo o meu mundo, seria o prazer,
o meu presente entregue em abraços largos a teu seio
Sou teu assim como é do tempo o mistério,
do corpo a loucura e do amor o prazer.
O teu calor, transmitido por tuas palavras, fazem do teu
corpo meu desejo
Teus beijos alados ao ar, fazem de meus lábios, oportunistas
Minhas vontades se fazem loucura, meus segredos me consomem,
teus mistérios, minha ânsia, menina, mulher.
És do meu corpo Rainha, e de meu zelo princesa, sou menino
a clamar por teu amparo, e homem a implorar por teu carinho,
criança a pedir-te abrigo e jovem a espera de um ninho.
Se teus olhos fossem - agora! - meu espelho, seria teu todo meu brilho
Se fosse tua carne todo o meu mundo, seria o prazer,
o meu presente entregue em abraços largos a teu seio
Sou teu assim como é do tempo o mistério,
do corpo a loucura e do amor o prazer.
Criador x Criatura
Me deixaste a ver a brisa, apenas por distração.
Contemplei o por do sol, e aprendi sobre o fogo.
Vivi o nascer da lua, e aprendi, o valor de brilhar.
Por muito o "nada" não irá mais me engolir.
Tive uma capa, a garoa fina que me cobria com braços largos.
O frio veio a meu encontro, na mesma noite.
Fora me dado o dom da escrita na manhã seguinte.
As pedras eram ásperas e já me doíam as costas.
Eram vãs minhas palavras, as mesmas não tinham retorno.
Assistia, a meus aprendizados, como um Deus, que se distrai
com sua própria criatura
Se apaixonou, por sua criação.
E me ensinou a sonhar, em uma noite de tempestade.
Me ensinou a voar, como anjo,
mesmo sendo fada e integra em tua carne de mulher.
E me deixara, agora perdido em tua ilha, tão cheia de sangue teu.
Foi quando, percebi estar preso a ti.
Morava entre tua mente e teu sentir, abrigava teu coração
Contemplei o por do sol, e aprendi sobre o fogo.
Vivi o nascer da lua, e aprendi, o valor de brilhar.
Por muito o "nada" não irá mais me engolir.
Tive uma capa, a garoa fina que me cobria com braços largos.
O frio veio a meu encontro, na mesma noite.
Fora me dado o dom da escrita na manhã seguinte.
As pedras eram ásperas e já me doíam as costas.
Eram vãs minhas palavras, as mesmas não tinham retorno.
Assistia, a meus aprendizados, como um Deus, que se distrai
com sua própria criatura
Se apaixonou, por sua criação.
E me ensinou a sonhar, em uma noite de tempestade.
Me ensinou a voar, como anjo,
mesmo sendo fada e integra em tua carne de mulher.
E me deixara, agora perdido em tua ilha, tão cheia de sangue teu.
Foi quando, percebi estar preso a ti.
Morava entre tua mente e teu sentir, abrigava teu coração
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