17.3.09

Véu a guiar

E te fito os olhos, mora no espaço de cada sorriso
Abriga os cabelos soltos,
E se finge, dessa que sorri

Mestra desse corpo, que veste sem pudor
Mistura mistério, mulher e moça
Ah moça! Enganas homens ou dança com eles, a morte dos mesmos.

Impenetráveis almas, ancoradas, nas cicatrizes
No seio de todo poder, mora o desejo intrépido de abuso

Abusar-se-ia se pudesse, e talvez o faça no seu mundo.

E na minha mente, onde quem finge e mente é poeta
É o discrente que há arestas no sorriso
Por crer na alma que domina o corpo cru.

Adentro suas vicissitudes, não encontrando lágrimas
Nem a elas me refiro,
Mas descrevo, aquela que dança

No palco da vida, seduz, no íntimo
Brinca, por trás da menina
A mulher, que avisto

Deusa de si
Amarra, prende, surpreende
Quando o véu lhe caí, e só o fez, ou faz
Para quem tem a coragem de morrer

Pois para vê-la, merece quem atreve-se.

2 comentários:

  1. O prazer da morte, sem que haja morte do prazer!

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  2. A emoção é grande! Sou eu! Como vc disse, eternizada!

    Grande poeta! Como se atreve a me descrever de forma tão verdadeira??!!

    "Deusa de si
    Amarra, prende, surpreende
    Quando o véu lhe caí, e só o fez, ou faz
    Para quem tem a coragem de morrer"

    O poeta retirou o meu véu...

    Bjs,
    Marcia

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