17.3.09

Sem sentido

Eu já escrevi um milhão de poemas
E a mim nunca dei sequer uma linha escrita,
Já me fiz em rima, para tirar-lhe sorrisos
Quiçá fingidos, quiçá risos!

Sou de mim presente ermo
Avesso do todo conjugado em tempo meu
Ah que ironia escrever-lhe em mim

E desmorono todos os prantos
Esses sim, lágrimas, o sal desperdiçado
Ninguém lhe nega a verdade
Cristal leve de alma dura

E que caiba em sua visão
Um olhar meu, acentuado de passado
Uma busca minha de presença, em presente
E que eu lhe permita

Ser por hora,
Ou por hoje, somente agora
Trechos de texto, faces de poema
Palavras de lápide

Onde lê-se, mim
De mim mesmo
Já se fizera sentido em não tê-lo
Por razão

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