17.3.09

Cansaço

As pernas cansadas, sem força
Os olhos nem serenos nem ávidos, apenas tentam ver o que o vento não mostra
Os passos arrastados, revelam o caráter falido
Os movimentos raros, apenas da cabeça a olhar o alto, o infinito, sem alvo
A queda, o abismo tão fundo que se torna a viagem e não a chegada
A dor, sua companheira, quase fala, o agride em versos
Os textos, jogados, alados voaram não para longe, mas para o vazio do insensato
O fato, não compreendido revigora-se fazendo da raiva a sua perdição
Já não temos corpos nem desejos, na vida o foco opaco
De longe nem homem e nem mulher, é ímpar e familiar
O amor, antes descrito e compreendido, agora caminha na saudade, sozinho
De perto é pedra e não barro, não é modelo é rocha
Partida e desgastada pelo dia, pela noite ou pela lágrima que escorria
Agora já tarde, cai parte e se desfaz

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