17.3.09

Tudo que ficara

a semente deixada, inerte
não cresce, nem veste
o corpo meu

e no avesso da felicidade
encontro estático
o rosto seu

a dor, bailarina
dança seu sorriso, sobre a presa
tortura alma, precipício de vida

o punhal que a mim corta
é seu verbo envenenado
seu "não", com grosseria decorado

é a mentira em prosa
da saudade perdida
que a sua vaidade decora

a sua forma, hoje fria
de quem já não olha
para olhos ou manias

de quem esqueceu
que esquecer é mais difícil
que viver

o sofrimento meu
amarga em lábios
que jamais a mim pertenceu

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