24.3.09

Estrada

Então, descanse, sente

sente aí na beira de sua estrada,
dessa vida imensa que já se passou,
dessa imensidão, veja só o horizonte, tão longe
do tudo e nada, que ainda não veio

descanse

veja o sol acima
o imenso céu azul,
perceba, que nem do amanhã nos é permitido saber
nem se lá na frente terá uma sombra ou árvore
mas por agora, enquanto eu não sei as respostas, me sento

preciso de mim e de meu descanso
e quando meu pensamento enganar-se
e me arremessar ao passado contristado
posso chorar, ainda hoje

embusteiro pensamento!
e faço isso, porque preciso cuidar de mim,
e por agora, preciso mais de mim a qualquer outro

e então, quando renovada, mente pensante
alimentar-se-á do horizonte, como esperança,
embreagar-se-á de todas as fantasias,

volto à beira da estrada minha
com a esperança em mãos,
sabendo que metade dela é sonho e a outra,
ah! Essa outra, depende do meu caminhar

e quando meu corpo, de mim satisfizer-se,
deixarei cravado à beira, a cruz
vou me levantar, deixar um corpo
e andar, vestido de um novo

3 comentários:

  1. Este texto traz, sem dúvida, algumas doses amistosas de ânimo, de possibilidadas e de esperança... O Rafael é um poeta da nova geração e desvela, em seu texto, um misto de crônica e de música. O resultado é uma poesia mágica, de uma leitura fluídica e com uso muito bem apropriado de simpáticos vocábulos. Seu estilo mostra, ainda, recursos como a antítese mergulhada num extremo mundo sinestésico.

    Parabéns, Rafão!

    Do seu amigo, leitor e fã

    Mário de Andrade

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  2. mt bom!!....parabens

    ch

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  3. Não sei fazer uma avaliação tão técnica e estilosa como a do nosso amigo Mário de Andrade. Só sei dizer que essa poesia tocou meu coração!

    Mil beijos,
    Marcia

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